O novo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Raphael Lafetá, foi oficialmente empossado ao cargo, que ocupará até 2027, na noite desta quarta-feira (4). Em cerimônia na Arena MRV, Lafetá ponderou que o PIB do setor, em 2024, deve superar a média das demais atividades. No entanto, ele citou a alta da Selic, a taxa básica de juros, como obstáculo a ser superado. 

Lafetá destacou que a nova diretoria do sindicato vai propor debates com a prefeitura de Belo Horizonte na construção do novo Plano Diretor da capital. Na avaliação dele, o atual instrumento afastou investimentos da capital, fazendo com que lançamentos imobiliários fossem direcionados para Nova Lima. 

“Precisamos rever as regras que estão aí. Esse coeficiente construtivo de 1% na cidade toda não funcionou. Nós temos uma cidade toda travada, espalha. Não temos concentração de população nas principais vias de transporte, nas principais vias de acesso ao metrô, então precisamos mudar isso”, disse Lafetá. 

Além do plano diretor, ele frisou a necessidade de rever atos administrativos e burocráticos implementados pela prefeitura que podem afastar investimentos. De acordo com o presidente do Sinduscon, a capital perdeu 80 mil moradores por falta de opções de moradia e sustentabilidade.

“As principais empresas não estão construindo mais em Belo Horizonte. Elas foram para Nova Lima, todo mundo viu a expansão imobiliária que aconteceu lá, mas também foram para outros estados, outras cidades”, revelou.

Raphael, que também é diretor-executivo do Grupo MRV&CO, citou que o setor tem um desafio grande na redução do déficit habitacional. Dados do Sinduscon indicam que em Minas há uma lacuna de 560 mil moradias. Na Grande BH, o volume é de 100 mil unidades. 

Relação com a Fiemg 

A entidade, sob nova direção, também mira uma releição mais estreita com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), após um afastamento entre as partes registrado na reta final da última administração. Na posse de Lafetá, o sindicato e a federação assinaram uma parceria, que envolve o Sesi e o Senai, para formar e capacitar mão de obra para a construção civil. 

Serão 8 mil vagas, com prazo de início da qualificação ainda não informado. A parceria também prevê cerca de 300 vagas, inicialmente, para filhos de trabalhadores da construção civil em unidades do Sesi. 

O presidente da Fiemg, Flavio Roscoe, presente na solenidade, afirmou que a entidade irá trabalhar junto com o sindicato nos interesses do setor produtivo. “Precisamos mudar o ambiente externo, ocupar o debate público e fazer uma representação à altura do setor”, comentou. 

Investimentos

Durante a cerimônia, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, afirmou que o setor vai investir 1,3 trilhões até 2029 no Brasil. A construção civil gera 3 milhões de empregos com carteira assinada no país.