O setor industrial cresceu 4,1% no Brasil em junho em relação ao mês anterior. A alta representa o fim de dois meses seguidos com taxas negativas, período em que houve um recuo de 1,8% da produção industrial. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com recorte feito pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O resultado também ficou acima das expectativas de mercado, que era de 2,7%. 

A alta foi comandada pelos segmentos da transformação (4,5%) e extrativo (2,5%). Dentro da indústria da transformação, as atividades que mais cresceram foram combustível (4%), produtos químicos (6,5%) e alimentícios (2,7%).

Para Walter Horta, analista de estudos econômicos da Fiemg, a retomada da indústria no Rio Grande do Sul ajudou a alavancar a economia. “São bons números que refletem basicamente três fatores. O primeiro é uma base de comparação que a indústria registrou recuo de 1.8%. Com essa base baixa, você tem uma tendência de recuperação. Além disso, você tem a volta de produção das indústrias afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Para além disso, você tem um bom momento no país. No acumulado do ano, temos vivido um bom momento, com mercado de trabalho aquecido, população ocupada recorde, trabalhadores formais, aumento das transferências governamentais, fazendo com que a renda da população aumente e do consumo de bens”, explicou Horta.

No ano, a indústria acumula alta de 2,6%, resultado puxado pelo segmento de transformação (2,7%) e extrativo (2,1%). As atividades da indústria de transformação que mais contribuíram para o resultado foram coque e combustíveis (4,3%), farmoquímicos e farmacêuticos (17,5%) e produtos alimentícios (2,4%).

Ainda segundo a Fiemg, Minas Gerais tem participação relevante na produção industrial nacional, principalmente no segmento extrativo , onde a participação do estado chega a 13%. O resultado nacional pode ter sido influenciado pelo avanço na extração de minério de ferro no estado No primeiro semestre, o saldo de contratações do segmento extrativo mineiro (1.993) representou 25% dos empregos gerados pela indústria extrativa brasileira.