O vice-presidente de assuntos estratégicos da Usiminas, Sergio Leite de Andrade, assumiu a presidência do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil nesta segunda-feira (05/08), na cerimônia de abertura do 34º Congresso do Aço, maior evento nacional do setor, que ocorre em São Paulo. O instituto congrega empresas que, só em 2024, têm um investimento de R$ 16,7 bilhões previsto no país.

Leite substitui no cargo o presidente da ArcelorMittal Brasil, Jefferson de Paula, e permanecerá na posição até 2026. Ao despedir-se da função, de Paula listou os números da indústria em seu discurso: “o Brasil ocupa a nona posição entre os maiores produtores de aço, são 11 grupos de produção, com 30 plantas com produção instalada para 51 milhões de toneladas por ano, e quase 130 mil pessoas empregadas”.

Ele também reforçou o compromisso do setor, já anunciado ao governo federal, de investir cerca de R$ 100 bilhões no país até 2028. No caminho, permanece a ameaça da importação de aço que, na perspectiva da indústria, é desleal. Um dos maiores problemas apontados pela siderurgia nacional nos últimos anos é a importação de aço chinês, cuja chegada ao Brasil aumentou devido aos preços subsidiados pelo governo asiático, que são, portanto, mais baratos. 

“Essa pressão se dá não somente pela entrada do aço direto, mas em produtos finais, como carros, eletrodomésticos, carros, plataformas de petróleo e outros. As importações a preços 'anticoncorrenciais' atingem não somente a indústria do aço, mas toda a cadeia de consumo”, sublinhou.

O presidente em exercício Geraldo Alckmin participou da abertura do evento e foi homenageado como Personalidade do Aço 2024. “Não tem desenvolvimento econômico e social onde não há indústria. Ela agrega valor, paga salários mais altos, está na ponta da inovação, da pesquisa, da tecnologia, na vanguarda da pesquisa e desenvolvimento, portanto é fundamental fortalecê-la. E a indústria do aço é a indústria das indústrias, a base de todos o processo industrial”, declarou. Alckmin também aproveitou o evento para avaliar o impacto da queda das Bolsas de Valores pelo mundo que abriu esta semana. 

A siderurgia vive um momento de relativo alívio após o governo federal atender a um pleito que ela vinha fazendo há meses: o aumento dos impostos sobre o aço importado. O alto volume de aço estrangeiro, especialmente chinês, que vinha entrando no país abalou o faturamento e a produção da siderurgia nacional, apontam as principais empresas do setor. O aumento da taxação, anunciado em abril, abrange apenas parte dos produtos à base de aço e só começa a valer quando o volume de importações atinge um patamar mais do que 30% superior à média do  período entre 2020 e 2022.

*O repórter viajou a convite do Instituto Aço Brasil