A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deu permissão para que uma das principais concorrentes da Starlink no mercado de internet via satélite possa operar no Brasil. De acordo com o site especializado em telecomunicações Tele.Síntese, a operadora francesa E-Space recebeu a permissão após pagar a primeira parcela do licenciamento -  R$ 20 mil de um total de R$ 102 mil.

Ainda não se sabe como será o funcionamento da E-Space no Brasil, se os serviços oferecidos serão nos moldes da Starlink. O plano inicial é oferecer conexão para dispositivos de internet das coisas (IoT), uma proposta diferente da empresa de Elon Musk no Brasil. 

A empresa francesa, mas sediada em Ruanda,  está autorizada a operar com  8.640 satélites de baixa órbita - número superior ao usado pela Starlink. Esses equipamentos são projetados para formar uma “constelação” e resistir a colisões em órbita - além de recolher detritos no espaço, de acordo com o site da empresa.

A companhia planeja lançar 100 mil satélites no futuro para oferecer cobertura global de conexão. Mas em seu site, a E-Space não explica quantos satélites dela já estão em órbita.

O jornal A Gazeta do Povo apurou que a E-Space teria apenas três satélites em funcionamento - embora prometa uma constelação com mais de 8 mil equipamentos -, ou seja, uma realidade bem diferente da apresentada pela Starlink. A análise tem como fundamento diferentes bases de dados analisadas pelo jornal. 

Segundo uma reportagem da Gazeta, a União de Cientistas Preocupados dos EUA (UCS) registra 3.996 satélites da SpaceX e os três satélites da E-Space. Já o Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (UNOOSA), em seu banco de dados, também registra apenas três satélites da E-Space, além de listar 7.027 equipamentos da Starlink.