Empresas brasileiras encerraram 2024 com recordes de inadimplência. De acordo com dados da Serasa Experian, as dívidas acumuladas por pessoas jurídicas somaram R$ 156 bilhões, com mais de 6 milhões de empresas inadimplentes no país. Pequenos e microempreendedores respondem por 94% desses casos, especialmente nos setores de comércio, serviços e indústria.
Em muitos casos, o endividamento é consequência de impactos de juros elevados, alta inflação e dificuldades de acesso a crédito. Fatores que exigem medidas estratégicas para evitar o colapso financeiro e garantir a sobrevivência no mercado.
Para ajudar empresários a reorganizar suas finanças em 2025, o advogado especialista em direito bancário Luís Guilherme Lima listou sete dicas práticas para lidar com as dívidas bancárias. Confira:
1. Realize uma análise financeira detalhada
“Antes de qualquer decisão, é fundamental que o empresário conheça detalhadamente a situação financeira da empresa. Esse mapeamento permite identificar quais são os pontos mais críticos e onde é possível intervir de imediato para corrigir falhas,” afirma Luís Guilherme Lima.
2. Defina prioridades
“Nem todas as dívidas ou despesas precisam ser tratadas com a mesma urgência. Priorizar aquelas que possuem maiores juros ou impacto direto nas operações da empresa é o primeiro passo para estabilizar as finanças”, orienta o especialista.
3. Elabore um plano estratégico
“Com base na análise feita, é essencial traçar um plano estratégico que contemple redução de custos, a criação de uma reserva de emergência e uma previsão realista de fluxo de caixa. Essa organização permitirá ao empresário tomar decisões mais seguras e evitar novos endividamentos”, recomenda o advogado.
4. Renegocie dívidas existentes
“A renegociação é uma etapa crucial. É importante que o empresário busque reduzir juros, alongar prazos ou até mesmo negociar descontos para pagamentos à vista. Para isso, apresentar um planejamento financeiro consistente pode fazer toda a diferença na hora de negociar com o banco”, explica.
5. Aproveite feirões e campanhas de desconto
“Nessas ocasiões, é possível encontrar condições mais favoráveis, como descontos expressivos em juros ou parcelamentos mais acessíveis”, destaca Luís Guilherme.
6. Evite novas dívidas
“Após reequilibrar as finanças, o foco deve estar em manter o controle do fluxo de caixa e evitar compromissos financeiros desnecessários. Um novo endividamento sem planejamento pode colocar a empresa novamente em uma situação delicada”, reforça.
7. Procure assessoria jurídica
A execução de todos esses passos com o suporte de uma assessoria jurídica especializada é fundamental para o empresário, especialmente no setor bancário. “Ter o acompanhamento de um especialista garante não apenas a identificação de práticas abusivas, mas também a busca por condições mais justas e a proteção da empresa contra cobranças judiciais indevidas”, sintetiza.