O movimento de modernização de espaços no centro de Belo Horizonte continua a ganhar mais estabelecimentos, após revolucionar a economia do Mercado Novo e da galeria São Vicente. O próximo na cidade a ser reformado e adotar a estética retrô é o bar Banzai, com quatro décadas de história e famoso na noite belo-horizontina pelo atendimento e pela proposta de boteco tradicional.

“O Mercado Novo é o momento. A praça Raul Soares mudou muito, a galeria São Vicente também... O Banzai não podia ficar para trás”, diz um dos sócios e fundador do bar, Reginaldo Augusto Gomes. O Banzai funciona em um edifício de três andares de 1948, hoje tombado como patrimônio, na esquina da avenida Augusto de Lima com a rua Padre Belchior — “o melhor ponto de BH”, segundo Reginaldo.

A principal intervenção no Banzai será a ampliação do salão interno do bar, que agora ocupará o espaço da Oficina Japonesa, também de Reginaldo — ela funcionou no ponto por décadas e migrou para algumas portas adiante na Augusto de Lima. O Banzai passará, ainda, por uma repaginação estética. O escritório de preservação de patrimônio e restauro Temporis, responsável pelas mudanças, compartilhou imagens do projeto:

“Fizemos uma recomposição da fachada com o projeto original para ficar com uma linguagem mais adequada às características do imóvel. Nosso trabalho não é de arquitetura de interiores convencional, mas conciliar a demanda por desenvolvimento e preservação”, diz a diretora da Temporis, a arquiteta Ana Carolina Vaz. “O mobiliário de mesas de plástico é o mesmo. Perguntamos aos donos se eles queriam câmara fria para chopp, por exemplo, e não quiseram. Eles querem receber ainda mais pessoas e não mudar seu público. A ideia não é gourmetizar”.

A intenção é ampliar o serviço para além do litrão e dos petiscos habituais. “A proposta é fazer drinks e tira-gostos mais elaborados. A casa ficará muito bonita, e teremos uma parte de coquetéis também”, antecipa Reginaldo.

Fachada do Banzai passará por mudanças. Foto: Flavio Tavares / O Tempo

O projeto está sob avaliação da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para aprovação, e a esperança de Ana Carolina e de Reginaldo é que as obras comecem até março sem interromper o funcionamento do bar. O valor da reforma estimado por Reginaldo é de R$ 300 mil. Ele afirma que os custos não serão repassados aos clientes, e que a cerveja — conhecida por ser invariavelmente gelada — não ficará mais cara.

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