O governador Romeu Zema (Novo) se esquivou de comentar sobre as tarifas de 25% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao aço brasileiro, mas pediu que o Brasil estabeleça uma alíquota de 25% sobre o aço chinês. O chefe do Executivo falou sobre o assunto nesta sexta-feira (14), em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, durante inauguração da nova trefilaria da ArcelorMittal, que vai aumentar em 35% a ofertas de insumos finalizados à indústria automotiva. 

Zema foi questionado pela reportagem de O TEMPO sobre qual seria o posicionamento do governo estadual frente às tarifas norte-americanas, tendo em vista que Minas é o maior produtor de aço do Brasil. O governador, no entanto, se esquivou e afirmou que o assunto é de competência da União. “É um assunto nacional, do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (MDIC), e já foi solicitado pela associação das empresas produtoraa de aço uma revisão principalmente das tarifas de importação”, comentou o chefe do Executivo. 

Na ocasião, o governador criticou a importação de aço chinês no mercado brasileiro. O grande volume de produtos vindo da Ásia chegou a resultar em cortes da produção da própria ArcelorMittal em 2023. 

Em 2024, foram quase 4 milhões de toneladas importadas, de acordo com Instituto Aço Brasil. Em um recado direto ao governo federal, Zema pediu a criação de uma tarifa de 25% sobre as importações asiáticas. O Brasil, atualmente, estabelece um sistema de cotas, em que a tributação pode chegar a 30%, caso os volumes delimitados na normativa sejam desrespeitados. 

“Todos os países tributam o aço importado da Ásia em 25%. E aqui no Brasil, boa parte do aço importado chega praticamente pagando uma tributação muito menor, um imposto de importação muito menor que esses 25%”, salientou Zema. “Nós queremos que o Brasil simplesmente siga o que outros países fazem. Parece que aqui estamos querendo reinventar a roda. E isso é muito triste alguém achar que ele sabe mais que o resto do mundo. Nós temos no Brasil, em alguns momentos, um governo que age dessa maneira”, disparou Zema contra o governo encabeçado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Por fim, o governador criticou o aço chinês, o qual ele classificou como o “mais sujo do mundo”. “O Brasil precisa ver, primeiro, essa questão do aço asiático, que tem chegado aqui e tomado mercado das nossas empresas. Lembrando que o aço asiático é o mais sujo do mundo, que mais emite carbono, então nós estamos ajudando na poluição”, completou o governador.