A conta de luz voltará a pesar mais no bolso dos brasileiros a partir de maio, com o acionamento da bandeira tarifária amarela, anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Mas o aumento não deve chegar aos consumidores do mercado livre de energia, modalidade em que empresas negociam o fornecimento diretamente com geradores e comercializadores, sem depender de distribuidoras como a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).
A alteração para a bandeira amarela representa um acréscimo de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. A justificativa da Aneel é a redução das chuvas, com a transição do período chuvoso para o período seco do ano. Desde dezembro do ano passado, a bandeira verde era utilizada pela agência, sem cobranças adicionais à população.
Segundo a Aneel, os consumidores do mercado livre não são sujeitos à cobrança das bandeiras tarifárias, já que seus contratos de fornecimento são estabelecidos fora do sistema regulado. Atualmente, o Brasil conta com mais de 69 mil unidades consumidoras no mercado livre, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), que calculou um aumento de 67% nos últimos 12 meses.
O número, no entanto, não representa a quantidade de pessoas físicas, pois um mesmo CPF pode estar vinculado a mais de uma titularidade. “A energia solar compartilhada é uma oportunidade de economia na conta de luz para consumidores residenciais, comerciais e produtores rurais. Com uma jornada de adesão 100% digital, o cliente pode ter até 16% de desconto todos os meses”, calcula Iuri Mendonça, CEO da Cemig SIM, empresa de energia solar do Grupo Cemig.
O diretor comercial e de operações de outra empresa do setor, a Bow-e, Rafael Zanatta, afirma que o modelo oferece inovação e liberdade de escolha aos consumidores. “Além de economia significativa na conta de luz, cerca de 20% em relação às tarifas tradicionais de energia elétrica”, destaca Zanatta.
Com 120 MW de capacidade instalada prevista até o final de 2025, as usinas fotovoltaicas (UFVs) operadas pela Bow-e devem gerar uma economia real estimada em R$ 30 milhões nos custos com eletricidade para aproximadamente 27 mil assinantes. Ao todo, as usinas representam um investimento superior a R$ 450 milhões.
As áreas de cobertura incluem os estados do Maranhão, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Ceará, Distrito Federal, Pernambuco e Bahia. “Estamos levando energia limpa e economia para milhares de brasileiros, democratizando o acesso à energia solar e contribuindo para um futuro mais sustentável. Nossa meta é continuar crescendo de forma consistente, com foco na eficiência e na experiência do consumidor”, completa Zanatta.
Como funciona
A energia gerada nas usinas solares é injetada na rede de distribuição da concessionária e chega até o endereço do consumidor em forma de créditos, que são compensados nas tarifas da conta de luz. Uma energia limpa, renovável e mais barata, sem que o cliente precise fazer qualquer instalação ou pagar pela adesão.