Para os brasileiros, a China se destaca mais que os EUA em inovação e tecnologia e está mais avançada em inteligência artificial. Principais parceiros comerciais do Brasil, Estados Unidos e China disputam diversos mercados ao redor do mundo. E essa influência junto à opinião pública brasileira foi medida pela Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, que avaliou os principais produtos e serviços desses países sob a visão dos brasileiros. Na pesquisa da Nexus, a China foi melhor avaliada do que os Estados Unidos na produção de celulares, computadores e carros, além das áreas de inteligência artificial (IA), inovação e tecnologia. Os americanos, por sua vez, se destacam mais do que os chineses por avanços na agenda espacial e na produção de roupas, na opinião dos brasileiros.

Os celulares e os computadores produzidos pela China possuem forte preferência dos brasileiros: 6 em cada 10 (62%) preferem os produtos chineses aos americanos, mostra a pesquisa da Nexus. Outros 30% dos entrevistados preferem esses itens fabricados nos Estados Unidos, enquanto 8% não souberam ou não responderam. Os celulares e os computadores chineses são preferidos, acima da média, por jovens de 16 a 24 anos (64%) e por adultos de 25 a 40 anos (66%) e também por brasileiros que ganham até 1 salário mínimo (68%). Sete em cada dez pessoas do Nordeste preferem os celulares chineses aos produzidos pelos americanos.

Quando o assunto é carro, a China mantém a preferência, porém de forma mais equilibrada. Isso porque 47% preferem os automóveis fabricados pelos asiáticos e 40% escolhem os americanos. Os maiores optantes pelos carros chineses são pessoas do Sul (52%) e na faixa de 16 a 24 anos (50%) e 25 a 40 anos (50%). Por sua vez, 47% das pessoas que recebem mais de cinco salários mínimos e 45% daquelas com ensino superior optam pelos veículos americanos.

Os resultados mostram que a percepção dos brasileiros sobre a China vai além do preço competitivo. O país asiático já é visto como referência em qualidade, inovação e liderança tecnológica, especialmente em áreas como eletrônicos, veículos e inteligência artificial. Essa preferência crescente em relação aos Estados Unidos indica uma mudança relevante no imaginário do consumidor brasileiro, que enxerga na China não apenas uma potência produtiva, mas também uma protagonista no futuro da tecnologia global”, diz Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.

Tecnologia e inteligência artificial 

A China é o país que mais inova em tecnologia e também o mais avançado na área de inteligência artificial (IA). De acordo com a pesquisa da Nexus, 67% dos entrevistados apontaram que a China inova mais em tecnologia do que os Estados Unidos, escolhido por apenas 26%. Já no tema inteligência artificial, a superioridade chinesa foi um pouco menor, mas ainda assim bastante ampla: 59% a 31%. Pessoas de 16 a 24 anos (China – 73% x EUA – 23%), do Norte e do Centro-Oeste (72% x 22%) e que recebem mais de cinco salários mínimos (71% x 27%) são os que mais percebem inovação na tecnologia chinesa. Já a parte de IA é melhor avaliada entre pessoas de ensino médio (China – 65% x EUA – 29%), que recebem mais de cinco salários mínimos (64% x 34%) e que estão na faixa de 16 a 24 anos (64% x 31%).

A pesquisa da Nexus extraiu dos brasileiros uma visão mais positiva dos Estados Unidos em relação à China em pontos como a corrida espacial, a produção de roupas e nos aspectos culturais. Para 59% dos entrevistados, os americanos estão mais avançados na corrida espacial do que os chineses, que apareceram com 28% na mesma pergunta. Essa percepção foi maior entre pessoas que ganham mais de cinco salários mínimos (EUA – 74% x China – 21%), possuem ensino superior (73% x 19%) e moram no Sudeste (63% x 24%).

Os Estados Unidos também foram reconhecidos como mais atrativos em termos culturais para 47% dos entrevistados, enquanto 42% preferem a China. A predileção pelos americanos foi maior entre aqueles que recebem mais de cinco salários mínimos (EUA – 53% x China – 43%) e possuem nível superior (52% x 43%).

A produção de roupas dos americanos também foi a melhor avaliada, por 46%, contra 41% que preferem a chinesa. Nesse ponto, a predileção pela indústria têxtil dos Estados Unidos é maior nos entrevistados do Sul (EUA – 52% x China- 36%), que recebem entre dois e cinco salários mínimos (52% x 37%), entre 16 e 24 anos (52% x 43%), homens (51% x 38%) e com ensino médio ou superior (51% x 41%).

Preferido para morar 

Embora os produtos chineses tenham se destacado mais que os americanos, o levantamento da Nexus aponta que é nos Estados Unidos onde a maioria das pessoas preferiria morar. Seis entre dez entrevistados (61%) elegeram como o melhor país para morar, enquanto 25% preferem a China – outros 14% não souberam ou não responderam ao questionamento.

A preferência por morar nos Estados Unidos foi maior entre pessoas de 16 a 24 anos (EUA – 70% x China – 24%), do Sudeste (67% x 23%), com renda de dois a cinco salários mínimos (67% x 23%), com ensino médio (67% x 24%) e homens (66% x 24%). O melhor índice dos chineses foi no Nordeste, com 32% favoráveis – mesmo assim, 52% preferem os Estados Unidos para morar.

Metodologia da pesquisa

A Nexus entrevistou 2.005 cidadãos com idade a partir de 16 anos, nas 27 Unidades da Federação, entre os dias 15 e 19 de agosto. A margem de erro da amostra é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.