Um levantamento feito pela Loft, empresa de tecnologia e serviços financeiros para imobiliárias, identificou quais as ruas de Belo Horizonte que mais registraram vendas de imóveis em 2025. A surpresa no levantamento é de que nenhuma das três vias com maior número de transações está nos bairros de maior valorização imobiliária da capital. 

Segundo o estudo, a avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, no bairro Glória, na região Noroeste de BH, lidera as vendas entre janeiro e março deste ano, com 80 imóveis negociados. No mesmo período do ano passado, nenhuma comercialização havia sido feita. A segunda via com mais negócios foi a Manoel Macedo, no São Cristóvão, também no vetor Noroeste, com 45 transações, e em terceiro a rua Bogari, no Nova Suíssa, região Oeste de BH, com 37. 

Os dados foram obtidos pela Loft por meio dos dados da prefeitura de Belo Horizonte relativos ao Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). No total, foram analisadas 4,2 mil transações na capital mineira nos dois primeiros meses do ano. “Em via de regra, as ruas que têm um grande volume de transações, em geral, têm novos empreendimentos lançados”, disse o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi. 

Segundo ele, o fato de vias em bairros com demanda imobiliária mais aquecida não constarem na lista se dá pelo adensamento de regiões como Savassi, Lourdes, Funcionários, Buritis, Castelo, dentre outros. “É mais difícil conseguir grandes lançamentos em áreas que já têm uma grande concentração de prédios. Esses bairros já estão super consolidados, então é difícil ter novos empreendimentos com dezenas, centenas de unidades disponíveis”, completou. 

A movimentação, na avaliação do especialista, é positiva. “A cidade está encontrando novos espaços para adensamento. Seria ruim não ter onde construir novos lançamentos. Com isso, novos pólos na cidade acabam sendo fortalecidos”, sinalizou Takahashi. 

Perfil

O estudo identificou que na rua Bogari, a área média dos imóveis vendidos caiu de 76 m², em 2024, para 40 m², em 2025, indicando o anúncio de unidades mais compactas. O tíquete médio também recuou, de R$ 404 mil para R$ 330 mil. “O levantamento mostra uma movimentação distribuída por diversas regiões da cidade. Temos vias em bairros residenciais consolidados, como Santo Agostinho e Gutierrez, mas também registros significativos em áreas com forte presença de lançamentos, como Glória, Estoril e Camargos”, acrescentou Takahashi. 

Os bairros com mais ruas entre as 20 com mais transações foram Camargos, Nova Suíssa e Centro, cada um com duas vias listadas. Entre as vias com mais vendas, o maior tíquete médio foi observado na rua Almirante Tamandaré, no Gutierrez, com preço médio de R$ 2 milhões e área média de 236 m². A menor média de preço foi observada na rua Padre Argemiro Moreira, no bairro Maria Teresa, com ticket médio de R$ 146 mil e imóveis de cerca de 51 m². 

Veja, abaixo, as 20 ruas que lideram a venda de imóveis em Belo Horizonte: 

  • Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, no bairro Glória; 
  • Rua Manoel Macedo, no bairro São Cristóvão;
  • Rua Bogari, no bairro Nova Suíssa; 
  • Rua Senhora do Porto, no bairro Palmeiras; 
  • Rua Boaventura, no bairro Indaiá; 
  • Rua Paulo Piedade Campos, no bairro Estoril; 
  • Rua São Dimas, no bairro São Gabriel; 
  • Rua Manoel Francisco da Silva, no bairro Jaqueline; 
  • Rua Padre Argemiro Moreira, no bairro Madre Teresa; 
  • Rua Gentil Portugal do Brasil, no bairro Camargos; 
  • Rua Martim de Carvalho, no bairro Santo Agostinho; 
  • Rua das Pérolas, no bairro Santa Maria; 
  • Rua Conselheiro Lafaiete, no bairro Sagrada Família; 
  • Rua Gonçalves Dias, no bairro Lourdes; 
  • Rua Alga Azul, no bairro Jardim Guanabara; 
  • Rua Cláudio Manoel, na Savassi; 
  • Rua Almirante Tamandaré, no bairro Gutierrez; 
  • Avenida Augusto de Lima, no Centro; 
  • Rua Castelo de Abrantes, no bairro Castelo; 
  • Rua Curupaiti, no bairro Padre Eustáquio. 
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