Ao menos 78% dos comerciantes em Minas Gerais esperam impacto positivo nas vendas durante o período do inverno, segundo levantamento da Federação do Comércio, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG). A expectativa é que, com a busca por roupas de frio e cobertores, as vendas cresçam até 40% em relação ao mesmo período do ano passado. E, neste ano, o Estado tem registrado temperaturas bem mais baixas que no inverno de 2024. Belo Horizonte inclusive já teve recordes de temperatura baixa em 2025 e deve passar por uma nova onda de frio nesta semana. A capital é uma das 488 cidades mineiras que estão sob alerta de queda de temperatura, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
De acordo com a pesquisa da Fecomércio, a maior parte das empresas (70,1%) projeta um impacto positivo nas vendas entre 10,1% e 40%. É o caso de Simone Modas, que vende linha de cama, mesa e banho. Por lá, a expectativa, a depender da onda de frio que virá, é vender de 5% a 10% a mais que em 2024. “Este ano estamos sendo premiados com noites frias, madrugadas e amanhecer bem frios, não só BH como região metropolitana. Nós temos clientes de Sabará e Caeté, por exemplo, que são localidades mais frias”, comenta Jacqueline Simão Bacha, sócia-diretora da empresa.
Por lá, a campeã de vendas é a manta de microfibra, que custa R$ 29,90, que também é a campeã de doações, ou seja, muitas pessoas compram para doar. “Moletom também sai muito, conjunto com calça flanelada, por exemplo. Para crianças, os campeões são os conjuntos de moletom com capuz, muitos pais se preocupam de tampar a orelhinha da criança, né?”, diz Jacqueline. Outro item que também tem muita procura por lá é a jaqueta forrada muito utilizada por vigias e porteiros.
Muitos comerciantes também acreditam que as vendas deste ano serão melhores do que no ano passado porque o frio chegou mais cedo. Segundo a pesquisa da Fecomércio-MG, 66,3% dos empresários têm essa visão. Além disso, eles consideram ainda o fator inverno mais rigoroso (34,2%) e diversidade de produtos no mercado (10%).
“Com o aumento do frio, o movimento melhora um pouco o comércio. Este ano está um ano atípico, fazia muito tempo que a gente não tinha um frio como estamos tendo”, comenta Elizabeth Rezende, sócia-proprietária da Leugim Magazine. No entanto, para ela, o movimento ainda está tímido em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa é melhorar com a nova onda de frio que está por vir na capital e igualar as vendas do ano passado.
“Quanto mais frio fizer, mais a gente vai vender. Criança, por exemplo, precisa repor, elas crescem, de um ano para o outro a roupa já não serve mais. Adulto também procura casacos para festas juninas”, cita Elizabeth. Roupas infantis, inclusive, são as mais vendidas nesse período por lá. Além de conjunto de moletom adulto, tênis, botas, casacos, jaquetas, blusa de lã, cachecol e touca.
Para atrair clientes, Elizabeth conta que tem investido em diversos meios para divulgar promoções e atrativos. “Temos grupo vip, lives, promoções divulgadas no Instagram, venda pelo WhatsApp e promoções dentro da loja”, cita. Segundo o levantamento da Fecomércio, 80,5% dos empresários usam o Instagram para divulgar os produtos. Além disso, 62,2% também usam o WhatsApp e 26,5% usam o Facebook. Além disso, as lojas preveem liquidações entre julho e setembro. Ao menos 59,7% dos entrevistados pela Fecomércio pretendem adotar descontos entre 10,1% e 50% na época.