Mais de 40 mil empresas do setor de petróleo e gás que atuam no Brasil podem ter sua competitividade impactada e seus investimentos comprometidos após a tarifa adicional de 50% às exportações brasileiras anunciada nessa quinta-feira (09/07) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A avaliação é do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), que se manifestou em nota, na tarde desta sexta-feira (10/07), sobre o cenário para a atividade. 

Conforme o IBP, há uma preocupação no setor com o anúncio de Trump. A medida, salientou o instituto, traz incertezas para o setor que, atualmente, responde por 17% do PIB industrial brasileiro e emprega mais de 1,6 milhão de pessoas direta e indiretamente.

“Em 2024, o petróleo foi o principal produto da pauta de exportações no Brasil, superando a soja e contribuindo com US$ 44,8 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Para o mercado norte-americano, o petróleo bruto é hoje o principal item na pauta de exportações”, lembrou o IBP. 

O Brasil responde pela oitava maior produção de óleo bruto do mundo. Entre 2021 e 2023,  as exportações líquidas de petróleo atingiram US$ 92,7 bilhões em receitas para o país. Dados do IBP mostram que as exportações de petróleo brasileiro corresponderam a 31% da produção nacional entre 2005 e 2022.

No mesmo período, as importações chegaram a 14%, em média. Desde 2013, quando a produção nacional de petróleo apresentou um crescimento acentuado, o volume exportado já aumentou quase cinco vezes e o importado caiu aproximadamente 30%.

“Por isso, avaliamos com cautela os reais impactos sobre investimentos e competitividade da nossa indústria, que conta com mais de 40 mil empresas atuando diretamente no Brasil”, frisou o IBP. O instituto afirmou que defende um diálogo aberto entre Brasil e Estados Unidos para encontrar uma solução diplomática para esta questão “e preservar a estabilidade institucional e o fluxo comercial entre as duas maiores economias do continente”.