O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quarta-feira (30/7) o decreto que torna oficiais as tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros. Apesar do anexo publicado, que prevê isenção para quase 700 produtos, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) demonstrou preocupação diante da medida de Trump.
"Embora o decreto preveja a isenção para 694 produtos totais (de acordo com a classificação norte americana HTSUS), o que equivale a 43% do valor exportado pelo Brasil (US$ 17,3 bilhões), alguns dos setores estratégicos para a economia nacional e para Minas Gerais seguem penalizados", afirmou em nota.
A medida havia sido anunciada em 9 de julho. Na prática, a Ordem Executiva impõe uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, que já tinha uma tarifa de 10% anunciada em abril, no primeiro "tarifaço" divulgado pelo presidente americano.
De acordo com a Fiemg, produtos como café em grão e industrializado, carnes e derivados, além dos itens da cadeia da cana-de-açúcar (como açúcar e etanol), continuam sujeitos à nova tarifa, o que compromete seriamente a competitividade dessas cadeias produtivas no mercado norte-americano.
"Para Minas Gerais, a medida representa uma isenção que corresponde a apenas 37% da pauta exportadora do estado aos EUA (US$ 1,7 bilhão)", apontou o texto.
A entidade também ressalta que, embora itens como petróleo, produtos da metalurgia, aeronaves e equipamentos industriais tenham sido preservados da nova tributação, é fundamental que o governo brasileiro adote medidas diplomáticas urgentes para mitigar os efeitos negativos sobre os setores excluídos da isenção.
"Seguimos acompanhando com atenção os desdobramentos da medida e seus impactos sobre a indústria mineira", finaliza a nota.
Em busca de soluções
Na tarde de hoje, mesmo dia em que o tarifaço foi decretado por Trump, o governador Romeu Zema (Novo) esteve no prédio da Fiemg, onde se reuniu com mais de 100 representantes de diversos setores para discutir soluções para o problema.
Após o encontro, o governador do estado anunciou um crédito de R$ 300 milhões para empresas exportadoras mineiras.
Cerca de R$ 200 milhões virão do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), com juros de 0,9% ao mês, e outros R$ 100 milhões virão de créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
"Ainda serão identificadas as empresas que receberão o recurso e o teto para cada uma. É uma conversa que ainda está sendo desenvolvida", afirmou.