O governador Romeu Zema (Novo) anunciou na tarde desta quarta-feira (30/7) um crédito de R$ 300 milhões para empresas exportadoras mineiras. A medida, segundo ele, é uma forma de "reduzir os danos" que poderão ser provocados pelas tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros. O decreto foi assinado hoje por Donald Trump.

O valor, explicou Zema, virá de duas fontes diferentes. Cerca de R$ 200 milhões virão do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), com juros de 0,9% ao mês, e outros R$ 100 milhões virão de créditos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

"Ainda serão identificadas as empresas que receberão o recurso e o teto para cada uma. É uma conversa que ainda está sendo desenvolvida", afirmou.

A fala aconteceu após Zema se reunir com representantes de diversos setores produtivos no prédio da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). De acordo com Flávio Roscoe, presidente da entidade, mais de 100 representantes de diversos setores estiveram reunidos para discutir soluções para o momento. 

"De toda forma, já ficamos aliviados com a retirada do ferro-gusa da lista. É o principal item da pauta industrial e o segundo produto de Minas mais exportado para os EUA", disse.

O presidente do Sindicato da Indústria do Ferro em Minas Gerais (Sindifer), Fausto Varela Cançado, também destacou que a reação do setor foi muito positiva diante da lista de isenções. 

"Cerca de 68% da nossa produção em 2024 foi destinada para a exportação e, desse número, 84% foram para os EUA. Então, essa isenção nos deixa mais tranquilos", comemorou.

Apesar de demonstrar preocupação com os produtos que ainda serão taxados, Cançado aponta que a expectativa agora é a de que a indústria de ferro volte à normalidade. 

"Acreditamos que o setor vai retomar agora. Embarques nos portos haviam sido suspensos e agora devem ser retomados", disse.