Além do tarifaço e da pressão sobre as investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ataques ao Pix também estão no pacote de tensões comerciais e políticas entre Brasil e Estados Unidos. Após uma investigação norte-americana lançar desconfiança sobre o sistema de pagamento brasileiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a ferramenta e declarou que o Brasil não pode “nem sonhar” em privatizá-la.

"Nós não podemos nem sonhar, nem pensar, nem imaginar privatizar algo que não tem custo para cidadãos", disse o ministro, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável nesta terça-feira (5/8). Ele ainda afirmou que o Brasil não pode ceder à “pressão de multinacionais que estão se incomodando com uma tecnologia”.

Criado no Brasil e disponibilizado à população desde 2020, o Pix é o método de pagamento mais utilizado do país. Em julho, foi revelada uma investigação dos EUA sobre práticas comerciais do Brasil que eles consideram supostamente “desleais”. Entre as críticas, ela menciona indiretamente o Pix.

Um dos possíveis fatores que podem ter motivado a investida dos EUA contra o Pix é a concorrência às opções norte-americanas de pagamento, como as grande bandeiras de cartão de crédito, o WhatsApp Pay (lançado no mesmo ano do Pix) e o próprio dólar. Em algumas transações internacionais, brasileiros preferem o Pix em operações que antes eram dolarizadas. 

Quer entender com mais profundidade o que pode estar por trás desse movimento de Trump? Leia nesta matéria: Por que o Pix entrou no alvo das investigações dos EUA?