Motoristas de Belo Horizonte foram surpreendidos, nesta segunda-feira (8/9), com um reajuste no preço da gasolina na capital. O litro do combustível chegou ao valor de R$ 6,59. O aumento observado nos postos ocorre mesmo sem nenhuma alteração promovida pela Petrobras nos últimos dias. 

A reportagem de O TEMPO registrou a venda a R$ 6,59 em postos das avenidas Raja Gabáglia, na região Centro-Sul, e Amazonas, na região Oeste. Em outros endereços da capital, o combustível está sendo comercializado por R$ 6,39. Na última semana, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontou que a gasolina, em BH, era negociada aos consumidores pela cifra média de R$ 6,12. 

No entanto, o motorista conseguia abastecer o carro pagando até R$ 5,78 no litro da gasolina a depender do estabelecimento, segundo a pesquisa da ANP. Questionado, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) argumentou que o aumento observado nas bombas é reflexo de um reajuste sobre o preço do etanol.

Em 1º de agosto, o percentual de etanol anidro misturado à gasolina aumentou de 27% para 30%, conforme decisão do governo. “Desde o anúncio do aumento da mistura de anidro na gasolina em 1º de agosto, as usinas de etanol subiram em R$ 0,19 o litro do combustível na produção. O mercado, diferentemente do governo, já observava um reajuste na produção, uma vez que houve um significativo aumento na demanda por anidro”, disse o sindicato em nota. 

O Minaspetro citou que também houve reajuste sobre o etanol hidratado, utilizado pelos motoristas para abastecer nos postos. “Da semana do dia 27 de julho até o fechamento do mercado no último dia 5, são R$ 0,24 por litro de alta. A redução do preço do combustível é um anseio também do dono do posto e o Minaspetro, inclusive, apresentou propostas de medidas que possam abaixar o preço da gasolina na bomba, como a implementação do autoabastecimento e a correção de volume por temperatura na hora do carregamento do caminhão”, complementou. 

ICMS mais alto 

Nesta segunda-feira, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), vinculado ao Ministério da Fazenda, publicou ato normativo no Diário Oficial da União (DOU) informando um aumento sobre os valores do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incidem sobre a gasolina, diesel e gás de cozinha.

As novas alíquotas passam a valer a partir de 1º de janeiro de 2026 e vai encarecer os preços pagos pelos consumidores no país. 

Polêmica 

O preço dos combustíveis no Brasil vem sendo alvo de polêmicas. Em julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou fiscalização de órgãos da União sobre as cifras cobradas nos postos. À época, o chefe do Executivo nacional disse que não era possível que os descontos anunciados pela Petrobras não chegassem ao bolso dos consumidores

Após a cobrança do Planalto, o Ministério de Minas e Energia determinou, também em julho, uma ação para fiscalizar os preços dos combustíveis em Minas Gerais e no Distrito Federal. A pasta informou que oficiou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon), o Procon-MG e o Procon-DF.