O preço dos combustíveis começou a cair em Belo Horizonte e região no último mês. A gasolina teve uma queda de 1,8%, que na prática significou uma redução de R$ 0,12 por litro, e o preço do etanol diminuiu 2,2%, ou R$ 0,10. As conclusões são de um levantamento do site de pesquisa Mercado Mineiro divulgado nesta segunda-feira (4/8) com dados de 28 de junho até 1º de agosto.

Nesse intervalo, o valor médio da gasolina baixou de R$ 6,36 para R$ 6,24. O do etanol, de R$ 4,39 para R$ 4,29. Não houve movimento de redução diretamente da Petrobras, e o administrador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, atribui a redução à nova mistura obrigatória de etanol na gasolina, que desde a última sexta-feira (1º/8) subiu de 27% para 30%.

Já o diretor comercial da Valêncio Consultoria Combustíveis, Murilo Genari Barco, avalia que a mudança não tem potencial para gerar uma economia significativa do preço na bomba. “Esse queda pode estar relacionada a questões mercadológicas do próprio mercado e não à mudança de mistura”, pontua. Ele calcula que a alteração tem potencial para baixar o litro da gasolina em R$ 0,02 — outros analistas acreditam que a variação seja ainda menor, de R$ 0,01.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) também afirma que a redução não tem relação com a nova mistura da gasolina, e sim com a concorrência entre os postos. 

O diesel teve outra redução ao longo do mês, passando de R$ 6,08 para R$ 6,01, uma queda de aproximadamente 1,2%. Na última sexta, o percentual de biodiesel no combustível subiu de 14% para 15%. 

A pesquisa completa, com o preço praticado por todos os 188 postos, está disponível no site Mercado Mineiro.

Minaspetro sugere 5 medidas para baratear gasolina

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) publicou uma série de sugestões para reduzir o preço da gasolina no setor. Confira os pontos sugeridos:

  1. self-service, ou autoatendimento: o sindicato sugere que o próprio consumidor possa acionar a bomba para abastecer seu veículo, como ocorre nos EUA e no Chile, por exemplo;
  2. regulação dos contratos entre distribuidoras e postos: o Minaspetro afirma que os atuais modelos de contrato “amarram” os estabelecimentos à sua distribuidora, mesmo com altos preços;
  3. correção volumétrica por temperatura: os postos reclamam que o combustível chega das distribuidoras em temperaturas próximas a 30ºC e tendem a baixar até 20ºC ao ser descarregados, o que reduz o volume do líquido;
  4. combate ao roubo de carga: o sindicato cobra mais segurança das estradas. Hoje, o varejista precisa arcar com altos valores de seguro ou sofrer o risco do prejuízo de ter a carga roubada, segundo o Minaspetro;
  5. redução da carga tributária e da evasão fiscal: o sindicato lamenta o valor dos impostos cobrados do setor e avalia que eles são altos, em parte, para compensar a sonegação praticada por alguns empresários. No Dia Livre de Impostos (DLI) deste ano, a gasolina foi vendida por R$ 3,82, valor que desconta os tributos incidentes sobre o combustível.