BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou que órgãos do governo federal fiscalizem o preço cobrado pela gasolina e pelo diesel nos postos pelo país. O petista suspeita que estejam sendo cobrados valores maiores do que o devido.
Nesta sexta-feira (4), em um evento da Petrobras em Duque de Caxias (RJ), ele reclamou que reduções nos preços dos combustíveis feitas pela Petrobras não têm chegado ao consumidor.
“É preciso que esses órgãos que têm a função de fiscalizar não permitam que nenhum posto de gasolina nesse país venda gasolina mais cara do que tem que vender. E muito menos óleo diesel. Não é possível que a Petrobras anuncie o desconto de R$ 0,01 e esse desconto não chegue ao consumidor. Não é possível que a Petrobras anuncie tanto desconto no diesel e esse desconto não chegue para o consumidor”, disse.
Segundo o presidente, a Petrobras faz “um sacrifício extraordinário” para reduzir o preço da gasolina e do diesel, mas “quem “tem alguém mais uma vez tentando enganar o consumidor”. Lula pediu, ainda, que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reúna com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para debater a questão.
“Porque senão nós seremos tratados como se fôssemos um bando de imbecis, porque decidimos as coisas e elas não acontecem na ponta”, pontuou.
Nesta quinta-feira (3), a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu investigação sobre o preço dos combustíveis. O órgão quer apurar possíveis práticas anticoncorrenciais após apontar indícios de que revendedores não estariam repassando ao consumidor as reduções de preços praticadas pelas refinarias.
O evento desta sexta-feira marcou o anúncio de investimentos da Petrobras na ordem de R$ 33 bilhões no setor de refino e petroquímica no Rio de Janeiro. Lula aproveitou para criticar a de distribuidoras da estatal, que segundo ele, poderiam ser usadas para entregar botijão de gás nas residências de pessoas mais pobres.
“Quando a gente quer fazer as coisas, chamam a gente de populista. ‘Ah, tá interferindo no mercado.’ Eu quero interferir no mercado para baixar o preço da comida. É isso sim que eu quero fazer”, criticou.