O peso argentino tem o pior desempenho diante do dólar entre as principais moedas globais em 2025. Segundo levantamento da Elos Ayta, até 8 de setembro, a moeda da Argentina já acumula uma desvalorização de 27,4% frente à divisa norte-americano. Já a moeda brasileira real é a terceira de maior valorizaçãoo do ano: 14,08% no mesmo período de comparação
"Isso significa que, na prática, quem tem peso argentino precisa de cada vez mais moeda local para comprar o mesmo dólar. O movimento reflete a combinação de inflação elevada, falta de confiança dos investidores e dificuldades do país em estabilizar sua economia", analisa a consultoria.
Se de um lado a moeda argentina apresenta desvalorização, o real está em alta. É a terceira moeda de maior impulso entre as pesquisadas pela consultoria. Veja o ranking:
- Coroa sueca: +17,84%
- Franco suíço: +15,19%
- Real brasileiro: +14,08%
"Mesmo com desafios fiscais e políticos, o real conseguiu se valorizar de forma expressiva, impulsionado pelo ingresso de capital estrangeiro e pelos juros ainda elevados, que tornam a renda fixa local mais atraente para investidores", informa a Elos Ayta.
Das 27 moedas analisadas, apenas cinco se desvalorizaram em 2025:
- Peso argentino (-27,4%)
- Lira turca (-14,35%)
- Rúpia indiana (-2,84%)
- Rúpia indonésia (-1,75%)
- Dólar de Hong Kong (-0,39%)
A Argentina está sozinha em um extremo: a queda do peso é quase o dobro da segunda pior moeda do ranking, a lira turca.
Dólar perde força
O estudo também avaliou o desempenho do DXY, o índice que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas fortes, como euro, iene e libra. Até setembro, o DXY caiu -10,18%, indicando que o dólar perdeu fôlego no cenário internacional.
Isso ajuda a explicar por que tantas moedas subiram frente ao dólar neste ano. Mas, no caso argentino, mesmo com o dólar mais fraco, a moeda local seguiu em forte queda, evidenciando fragilidade estrutural da economia do país.
"Em resumo: enquanto a maioria das moedas globais conseguiu se valorizar em 2025, o peso argentino teve a maior perda, mostrando como problemas internos podem pesar mais do que o cenário internacional", completa o relatório.