Aéreas não preveem queda das passagens de avião, mesmo com baixa do querosene

O querosene de aviação (QAV) terá a terceira baixa consecutiva nas refinarias a partir do próximo sábado (1º). Mas o consumidor pode não sentir os efeitos da mudança. As empresas aéreas não projetam se a queda levará à diminuição do preço das passagens aéreas, que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulam um aumento de quase 75% em um ano. O corte atual do valor do querosene, de 0,84%, segue-se a outros dois desde agosto, de 2,6% e de 10,4%. Por outro lado, calcula a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o aumento acumulado em 2022 é de 47,64%.

Em comparação aos preços de 2019, antes da pandemia, o preço da QAV quase triplicou, segundo a Abear, com um salto de 168,7%, alta superior à da gasolina e à do diesel no mesmo período. O presidente da associação, Eduardo Sanovicz, comemora as reduções, mas avalia que elas são insuficientes para diminuir a pressão de custos do setor. 

“Essa queda é insuficiente, assim como as anteriores. O querosene segue precificado como se viesse do exterior, triplicou de valor em três anos e isto impacta custos e preços de bilhetes de forma injusta. Defendemos a revisão desta política de precificação, a fim de podermos retomar o crescimento da aviação brasileira”, pontua, por meio de nota.

Ele também ressalta que a cotação do dólar, que voltou a subir após dois meses de queda, é mais um desafio. Hoje, a moeda equivale a 50% dos custos de uma companhia aérea, de acordo com a Abear. Mesmo assim, em julho de 2022, por exemplo, a demanda por voos no Brasil superou a de antes da pandemia.