Visada por admiradores e colecionadores, marcada por um histórico de luxo e inovações durante o século XX e, no XXI, de tradição e excelência – a Rolex, criada oficialmente em 1908, é uma das marcas mais bem estabelecidas no imaginário popular e consegue misturar preços tão altos quão sua ligação com prestígio e requinte.
Orbitar os muros brilhantes de realeza, contudo, também é como um pacto faustiano – quatro assaltantes fortemente armados invadiram a joalheria Manoel Bernardes, no BH Shopping, região Centro-Sul da capital mineira, e levaram, ao menos, treze itens da grife durante um ataque-relâmpago que ocorreu nesse sábado (7).
Apesar de haver linhas mais baratas, os relógios chegam a custar até R$ 2,4 milhões (modelo GMT Master II Ice). Os produtos levados pelos criminosos têm valor individual entre R$ 40 mil e R$ 300 mil.
Homens do Bope circulavam fortemente armados pelos corredores, que por volta das 15h começaram a ser liberados. Militares da Rotam, Bope, Pegasus, Tático Móvel e todo o 22º Batalhão estão envolvidos na ocorrência. Ainda, ninguém foi preso. Sete pessoas, entre seguranças e trabalhadores das lojas, foram listadas como vítimas e um segurança foi feito refém.
O valor dos produtos da Rolex é explicado, grosso modo, por três aspectos: história, qualidade de produção e, claro, status. A memória da marca começa em 1905 quando o alemão naturalizado britânico abriu, em Londres, na Inglaterra, uma empresa de distribuição de relógios.
À época, relógios de pulso não eram novidade. Atribui-se as primeiras aparições da invenção a anedotas que remontam ao imperador francês Napoleão Bonaparte, que teria, no início do século XVIII, pedido para que uma engenhoca do tipo fosse feita para ele.
A popularização dos acessórios, contudo, é irrogada ao brasileiro Santos Dumont, que requisitou ao joalheiro Louis Cartier estilização de um relógio de bolso que tinha para que coubesse no pulso em março de 1904. O produto começou, naquele ano, a ganhar adeptos na Europa – e o resto é história.
Em paralelo, Wilsdorf, conforme a Rolex, pensava que, além de estilo e facilidade de uso, era necessário que relógios fossem resistentes a quaisquer ambientes – dos mais hostis aos mais previsíveis – e projetava uma marca especializada.
Em 1908, a marca Rolex foi registrada e, em 1920, mudou-se para Genebra, na Suíça. Nos anos seguintes diversas pessoas começaram a angariar valor à imagem da grife. Houve o “teste da água”, quando Mercedes Gleitze usou um dos produtos durante travessia do Canal da Mancha. Depois, “o teste do ar”, quando o comandante Charles Dougues Barnard, também usando um rolex, usou o relógio em uma série de voos.
A marca foi estabelecida, da forma como conhecemos, na década de 1950, quando pessoas da alta sociedade e celebridades começaram a usar os produtos. Com foco no mercado de luxo, A Rolex se desenvolveu, a partir daí, como uma das grifes mais conhecidas – e desejadas – do mundo