A cesta básica voltou a ficar mais cara em Belo Horizonte em setembro, vendida a R$ 678,08 (1,64% a mais que em agosto). Esse é o primeiro reajuste no kit de alimentos desde abril, quando o aumento foi de 3%. A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG) divulgou os dados no início da tarde desta quarta-feira (5). 

Antes deste boletim, a Ipead divulgou quatro balanços consecutivos de queda no preço da cesta básica. Em maio, na esteira da limitação do ICMS para os combustíveis, o preço caiu 4,95%. 

A banana-caturra puxou a alta de setembro: variação de 1,62 ponto porcentual. Outros produtos que ficaram mais caros foram arroz, farinha de trigo, feijão-carioca, batata-inglesa e tomate. Por outro lado, açúcar, café moído, pão francês, óleo de soja, manteiga e leite ficaram mais baratos. A maior deflação aconteceu nesse último produto: 0,85 ponto porcentual. 

Para o gerente de pesquisa da Ipead, Eduardo Antunes, a inflação da cesta básica não foge do esperado para o item. "É um movimento totalmente sazonal. Um aumento até esperado em algum momento neste cabo de força que acontece todos os meses. Mas, não subiu naqueles patamares já apurados neste ano. É o movimento comum, normal da cesta, que tem produtos in natura bem voláteis, como tomate e banana”, diz.

O preço de R$ 678,08 representa 55,95% do salário mínimo vigente, que é de R$ 1.212. A alta da cesta básica vai na contramão da inflação do mês medida pela Ipead em BH: o índice geral de preços caiu 0,24%. 

Apesar da cesta básica ter ficado mais cara, o índice do setor de alimentação cresceu 0,12% em BH, puxado pelo preço dos alimentos in natura, como frutas, legumes e verduras, que encareceram 5,34% entre agosto e setembro. Comer fora de casa também pesou mais no bolso do consumidor: evolução de 1,43%, puxado sobretudo pelo consumo em bares e lanchonetes (reajuste de 4,71%). 

A habitação também ficou mais cara na capital mineira: aumento de 0,74% em relação a agosto, muito por conta dos encargos e da manutenção, que sofreram reajuste de 1,48%. Os produtos pessoais também encareceram: 0,21%, puxado pelas peças de vestuário e calçado (0,62%) e das despesas pessoais (0,3%).

Na contramão, os produtos administrados, como transportes, comunicação e energia, ficaram mais baratos na capital mineira em setembro: redução de 2,13%. Isso aconteceu porque parte dos consumidores começou a perceber redução nas faturas de telefonias após a limitação da alíquota do ICMS em 18%.

Quanto aos produtos administrados, o gerente da Ipead Eduardo Antunes lembrou que a redução dos combustíveis nos últimos meses continua impactando em BH. Segundo ele, pela primeira vez a cidade registrou deflação em três meses consecutivos.

“Os combustíveis elevam a inflação quando sobem, assim como puxam para baixo quando estão em queda. Todos os combustíveis de veículos caíram neste período. Até o óleo diesel, que reduziu 3,16% em relação a agosto. Agora, (essa redução do ICMS) também está incidindo em cima da telefonia móvel, que demorou, mas aconteceu. É bom para segurar o índice, que estava muito alto em 2022. Esse fator de deflação não deve continuar, mas a gente espera que se mantenha neste patamar”, afirmou