Durante a divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2020, nesta quinta-feira, 14, a Azul informou alguns de seus direcionamentos para enfrentar a crise provocada pela pandemia de covid-19. Segundo o presidente da empresa, John Rodgerson, o grupo tem uma posição de caixa suficiente para suportar o atual ambiente de demanda por mais um ano.

No fim de março, a Azul apresentou total de caixa e investimentos de R$ 3,1 bilhões, queda de mais de 20% na comparação anual. "Graças às iniciativas implementadas até o momento, encerramos abril com uma posição de caixa ligeiramente acima da realizada em março e esperamos uma queima líquida de caixa em maio e junho de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões por dia, incluindo despesas com juros", disse Rodgerson.

A empresa teve prejuízo líquido de R$ 975,3 milhões no primeiro trimestre de 2020 ante lucro de R$ 113,4 milhões no mesmo período do ano passado. Segundo a companhia, o resultado refletiu principalmente o ajuste do valor da participação da companhia na portuguesa TAP, de R$ 618,5 milhões.

A Azul traçou um plano de recuperação com diversas medidas. Nos cálculos para a elaboração das diretrizes, a empresa disse ter se baseado em uma premissa de recuperação conservadora de demanda para cerca de 40% dos níveis pré-crise até o final de 2020.

No documento, a companhia afirma ainda que está acompanhando a evolução da pandemia e as regras de distanciamento social e restrição de mobilidade para ajustar sua malha conforme necessário. Diante disso, a aérea espera redução de capacidade entre 75% e 85% no segundo trimestre de 2020 na comparação com igual período do ano passado.

"Como resultado dos ajustes de capacidade e das iniciativas de redução de custos implementadas nos últimos dois meses, o custo operacional total da Companhia do segundo trimestre deverá diminuir em aproximadamente 55% ano contra ano", apontou a empresa, em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A Azul disse ainda que não tem um montante relevante de dívidas vencendo em 2020 e está confiante de que poderá rolar a maior parte de seus compromissos de dívida à medida que eles se aproximarem do vencimento. Do total da dívida bruta da empresa (R$ 20 bilhões no fechamento do trimestre), os compromissos de curto prazo representam R$ 4,17 bilhões.