A cidade de Betim, na região metropolitana, foi a que registrou o maior saldo na geração de empregos formais no mês de setembro em Minas Gerais e na região Sudeste, que inclui também São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nessa sexta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho, confirmou que, no mês passado, houve um saldo positivo de 769 postos de trabalho no município. O resultado é 266% melhor em relação a setembro de 2016, quando registrou-se a diminuição de 462 vagas formais.
Betim ficou a frente de Paracatu (533), Belo Horizonte (509), Juiz de Fora (411) e Patos de Minas (379), as cinco cidades mineiras que mais geraram empregos em todo o Estado. Betim também foi responsável por um alívio considerável do saldo negativo de Minas Gerais, que fechou com a queda de 4.291 carteiras assinadas. Em toda região Sudeste, foram menos 8.987 empregos formais.
Três setores se destacaram e foram os principais responsáveis por esse saldo positivo, que colocou Betim na contramão da tendência do Estado. O líder na geração de postos de trabalho foi o setor de serviços, com saldo positivo de 330 vagas. Em seguida, estão a construção civil, com 256 novas vagas, e a indústria de transformação, com 171 empregos criados.
Segundo o superintendente de trabalho, emprego e renda de Betim, Antônio Carlos Rocha, esse foi o segundo mês seguido com mais contratações do que demissões. “Em agosto, o município já havia gerado 688 vagas formais. Isso demonstra uma retomada do crescimento local, com políticas de investimento, de atração de empresas para a cidade. O clima no município melhorou substancialmente, criamos um ambiente “aliado” e dispositivos adequados, além de canais diretos com as empresas”, afirmou.
O prefeito Vittorio Medioli enfatizou que o município voltou a ser acolhedor para os empreendedores e destacou a formação de órgãos atentos e preparados que facilitam as iniciativas privadas. “Demos atenção ao pequeno, médio e grande empresário que quer investir e nos preocupamos em ajudar, facilitar e aparar arestas encontradas pelos empresários. Desburocratizamos, e lá onde havia empecilhos, hoje existem apoios”, justificou.
Simplificação. O prefeito destacou ainda que criou na prefeitura uma postura para facilitar os investimentos. “Eliminamos a burocracia que anda de braços dados com a corrupção, estamos dialogando com o setor privado, com demais instâncias públicas, e não perdemos tempo. Um exemplo disso foi a criação da Superintendência de Licenciamento, para centralizar e agilizar os processos de abertura de empresas. Não existe mais aquele ping-pong entre setores. Apenas em janeiro, emitimos 315 alvarás de funcionamento, mais que o dobro em relação a todo o ano de 2016, quando foram emitidas apenas 135, e ainda continuamos com média de 80 licenciamentos mensais”.
Outro exemplo destacado por Medioli é a Via das Indústrias, que tem um aporte de R$ 250 milhões da iniciativa privada em obras de infraestrutura e vai garantir a atração de novos empreendimentos e a expansão dos já instalados.
“Temos também a expansão do Distrito Industrial do Bandeirinhas, que patinava na incerteza há sete anos. As obras de infraestrutura estão avançando e temos 34 empresas acertadas, mas ampliamos para abrigar mais 14 e estamos desapropriando um milhão de metros quadrados para abrigar seis grandes empreendimentos em 2018. O empreendedor hoje tem ajuda do município para investir. Betim pretende gerar cerca de 12 mil empregos em 2018”.
Para Medioli, a busca por um equilíbrio fiscal, com ajustamento da previdência municipal, apesar do endividamento herdado, também contribuíram. “Betim assumiu suas responsabilidades, inverteu a queda econômica que ocorria há muitos anos. Mostramos que, mesmo nas dificuldades tem sempre um jeito de se sair crescendo”, ressaltou.
Aeródromo atrairá mais investimentos
Em Betim, a iniciativa privada, apoiada pela prefeitura, está prestes a lançar um aeródromo. Segundo o prefeito Vittorio Medioli, o empreendimento, cujo projeto já foi aprovado oficialmente pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), vai alavancar novos investimentos. “Conseguimos aglutinar empreendedores disposto a esse investimento em transporte aeronáutico. Isso gerará uma mudança de perfil da economia local, atraindo mais empresas e empregos, fazendo com que a cidade seja atraente para novos ramos de atividade econômica que, de outra forma, nunca poderiam se instalar na microrregião de Betim e em outros 14 municípios próximos”, afirmou Medioli.
Ainda em outubro, haverá audiência pública na prefeitura para discutir a construção do terminal, que se chamará Aeródromo Inhotim. Pelo cronograma, a execução das obras custará R$ 160 milhões e já conta com subscrições de capital privado. No pool de investidores entram cerca de 20 empresas com atividades em Betim, diretamente interessadas ao uso do aeródromo.