Visando atrair novas empresas, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte — único industrial do país — lançou uma nova solução de negócio, que estará em vigor a partir deste mês. Agora, o terminal conta com o estoque avançado, além do entreposto industrial. Já explico…
No processo de estoque avançado, os produtos ficam armazenados mais próximos dos “clientes”. No caso do aeroporto de BH, localizado em Confins, os insumos para abastecer a cadeia da produção industrial das empresas ficam “à mão”, prontos para serem distribuídos em caso de necessidade. Neste caso, as companhias fazem suas importações e elas ficam no terminal de cargas com o status “em trânsito” da Receita Federal.
“Aí você tem o benefício de fluxo de caixa e de suprimento ‘just in time’, reduzindo o risco de falta de insumos para produção industrial. É uma forma de você mitigar as oscilações da cadeia de suprimentos internacional, que a gente sabe que tem variáveis, principalmente na questão de guerras e relacionadas ao custo”, explica Marcelo Farias, gestor do Hub Logístico Multimodal do BH Airport.
Nesta modalidade, a responsabilidade pela gestão do estoque é da própria empresa, que conta com a estrutura do terminal de cargas do BH Airport.
O entreposto aduaneiro industrial, por sua vez, é um regime que permite a armazenagem de mercadoria estrangeira, em recinto público, com a suspensão do pagamento de tributos. A prática é prevista, segundo a Secretaria da Receita Federal, pela instrução normativa 241, de 2002, e é utilizada quando não se é possível recolher os impostos para “desembaraçar” o item, ou seja: liberá-lo pela alfândega para que este possa entrar no país. Os impasses podem ir desde uma variação cambial extrema até uma pandemia, por exemplo. A mercadoria pode permanecer no local por até um ano, prorrogável, no máximo, a dois anos no total.
Nesta modalidade, a gestão do estoque é operacionalizada pela equipe do BH Airport.
BH Airport quer se tornar aerotrópole
Com a novidade que começa a funcionar agora em março, a expectativa do BH Airport é receber novas indústrias e movimentar a economia da região como um todo.
Segundo Marcelo Farias, gestor do Hub Logístico do aeroporto, o BH Airport tem o modelo de aerotrópole como concepção. “A gente coloca o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte como um centro de desenvolvimento de uma região inteira, que é o vetor Norte da Região Metropolitana de BH”, explica.
Entre os benefícios com a implantação dos novos modelos de negócios, ele cita a geração de empregos. “Você traz novas indústrias, movimenta setores e torna aquela região mais próspera, economicamente falando”, diz. Além disso, ele lembra que haverá mais técnicos e executivos viajando para dar suporte àquelas empresas que se instalaram dentro do sítio aeroportuário. “Você começa a trazer mais passageiros e, consequentemente, isso se torna atrativo para as companhias aéreas”, conta, acrescentando que elas também tendem a complementar a renda com o transporte de cargas das indústrias ali instaladas.
“Essa sinergia que existe entre terminal de cargas e aeroporto industrial serve para esse desenvolvimento do nosso principal cliente, que é a companhia aérea”, afirma Farias, reforçando que a expansão do aeroporto industrial acaba desenvolvendo a economia dos municípios no entorno.