Em 2021, pouco mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais veio de apenas 21 municípios, e a capital, Belo Horizonte, foi responsável por 12,3% do resultado total que, nesse ano, chegou a R$ 857,6 bilhões. A capital acumulou uma riqueza de R$ 105,83 bilhões em 2021. Uberlândia foi segunda cidade mais rica do Estado, com 5% de participação no PIB nacional, seguida de Contagem (4,3%) e Betim (3,9%).
Segundo dados copilados pelo Fundação João Pinheiro (FJP), para se ter uma ideia da concentração espacial da produção no Estado, verificou-se que, aproximadamente, dois terços (66,8%) do PIB foram gerados em apenas 50 dos 853 municípios de Minas; pouco mais de três quartos (75,1%), em 80 municípios; e nove décimos (90,0%), em 242 municípios.
Embora lidere o PIB Estado, Belo Horizonte perdeu participação entre 2020 e 2021. As maiores perdas de representatividade no PIB estadual ocorrem na capital (-1.9 p.p) e Uberlândia (-0.5 p.p). Segundo análise da FJP, a queda de participação no produto agregado mineiro da capital em 2021 era esperada. "Apesar do aumento no volume de produção das atividades terciárias no período pós-pandêmico, o setor de serviços perdeu participação na economia mineira em 2021 em razão da mudança de preços relativos diferenciada entre os grupos de atividade econômica. De fato, a agropecuária e a indústria foram favorecidas em termos de ganho de participação na estrutura produtiva estadual em virtude do acréscimo nas cotações das commodities agrícolas, minerais e produtos da indústria de transformação muito acima do observado para as atividades terciárias", disse o relatório da entidade.
Ainda segundo a FJP, como o setor de serviços tem peso bastante relevante na estrutura produtiva de Belo Horizonte, compreende-se a redução de participação da capital do Estado no produto agregado de Minas Gerais. Em boa parte dos municípios do estado em que o setor de serviços possui peso relevante na estrutura econômica local, esse efeito de perda de representatividade foi observado em maior ou menor proporção. Em Uberlândia, houve evolução adversa na suinocultura, redução na produção de soja (na contramão do que ocorreu em outros municípios do estado) e resultado modesto na indústria local de alimentos em consonância com a queda na produção física de produtos alimentícios em âmbito estadual (o município ocupa a primeira posição no ranking estadual de fabricação de alimentos).
"Vale acrescentar também que os serviços financeiros e de alojamento e alimentação perderam participação relevante na economia mineira em 2021, e Belo Horizonte e Uberlândia ocupam, respectivamente, a primeira e a segunda colocação no ranking do estado associado à geração de valor adicionado dessas atividades econômicas. Os municípios de Araguari, Poços de Caldas, Montes Claros, Uberaba, Governador Valadares, Juiz
de Fora, Iturama e Itajubá apresentaram perda de participação no PIB estadual entre 0.1 p.p e 0.2 p.p entre 2020 e 2021", concluiu a FJP.
Confira o ranking das cidades mais ricas de Minas (% de participação no PIB Estadual)
- Belo Horizonte: 12,3
- Uberlândia: 5,0
- Contagem: 4,3
- Betim: 3,9
- Nova Lima: 2,5
- Uberaba: 2,4
- Juiz de Fora: 2,4
- Ipatinga: 2,1
- Itabira: 1,7
- Extrema: 1,6
- Itabirito: 1,5
- Sete Lagoas: 1,5
- Montes Claros: 1,3
- Pouso Alegre: 1,3
- Ouro Preto: 1,1
- Conceição do Mato Dentro: 1,1
- Araxá: 1,0
- Ouro Branco: 1,0
- Poços de Caldas: 1,0
- Divinópolis: 1,0
- Varginha: 0,9