Estações de esgoto da mineira Bioete feitas de vidro para atender famílias em casas, edifícios e habitantes de cidades inteiras estão sendo desenvolvidas em Brumadinho, a 51 km de Belo Horizonte, há dois anos, e, no caso das miniestações, elas vão ganhar o mercado nacional a partir do ano que vem. O sistema Bioete, dos empresários Evandro Cardoso, Fabrício Magalhães e Helvécio Mendes, diferenciam dos sistemas convencionais pela eliminação total dos sólidos do esgoto que entra na estação, que é degradado e transformado em água com a ajuda de bactérias.
As pesquisas com as colônias de bactérias que existem na natureza foram feitas pela Universidade Católica de Brasília. "Essas bactérias, associadas aos estágios do tratamento de esgoto, é que promovem a transformação do esgoto em água", explica o superintendente da Bioete, Orbino Werner. As estações de tratamento de esgoto da Bioete também ocupam dez vezes menos espaço que as estações tradicionais, feitas de ferro e, muitas vezes, abandonadas, devido à manutenção cara. O tempo de tratamento de esgoto numa estação Bioete varia de quatro a seis horas.
Piedade do Paraopeba, distrito de Brumadinho, já tem uma estação Bioete, de 28 metros quadrados. Outras 25 cidades no país também têm instalações Bioete com 10% do valor de manutenção de uma estação tradicional. Para uma casa, uma miniestação custa R$ 2.500, e, para estações que vão tratar cidades, o custo é de R$ 220 por usuário para a implantação. "A Bioete é de fibra de vidro tratada, para não se degradar com os gases do esgoto", diz Orbino Werner.
Em janeiro, numa parceria entre a Bioete e a Fortlev, a miniestação de esgoto será vendida em todo o país. Serão produzidas, inicialmente, mil unidades de 340 litros. Ela trata toda a água de uma casa de até dez pessoas. "A fossa tem 3.000 litros e recebe somente a água do vaso sanitário. As demais águas da casa são descartadas no meio ambiente, sem tratamento", compara Werner. A miniestação chega às lojas de construção a partir de janeiro do ano que vem.
A miniestação será produzida na fábrica da Fortlev em Vitória, no Espírito Santo, mas a patente do projeto, chamado "Estação de Tratamento de Efluentes Domésticos e Comerciais Contendo Matéria Orgânica", é da Bioete. Orbino Werner conta que o interesse partiu da Fortlev, que procurou a Bioete, em 2011. "Esse modelo da miniestação vai ser a coqueluche do mercado".
Orbino Werner explica que o produto é melhor que uma fossa, que custa de R$ 600 a R$ 900, para promover a retirada do resíduo sólido. "E, se ela inundar, ela não trata mais o efluente. A fossa está com os dias contados", afirma.
De 2010 a 2012, a empresa investiu R$ 2,5 milhões entre pesquisa, produção e comercial. Além da parceria com a Fortlev, o modelo da Bioete já foi mostrado para mais de 30 prefeituras mineiras e do Estado do Rio de Janeiro. "É tudo 100% natural, sem consumo de energia ou produtos químicos e sem a geração de resíduos. Nossas estações não têm cheiro porque elas não possuem o sólido do esgoto", explica o superintendente da empresa.
-
Tarifa de 50% de Trump pode trazer impacto severo na economia
-
Preço café para contratos futuros no mercado já dispara após anúncio de tarifaço de Trump
-
Esquenta da Amazon Prime Day tem produtos com até 50% de descontos; confira categorias em oferta
-
Economia | As últimas notícias sobre o mercado em MG e no Brasil
-
Brasil pode impactar inflação se optar em sobretaxar EUA