O Brasil caiu cinco posições e está em 57º lugar no Ranking Mundial de Competitividade Digital, feito pelo International Institute for Management Development (IMD), escola de negócios da Suíça, que conta com a parceria técnica do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral (FDC).
O país piorou em todos os itens analisados em relação ao ano passado, como formação de talentos e incorporação de novas tecnologias que possam impactar o crescimento econômico das empresas e do país.
Foram analisados 64 países, ou seja, o Brasil está muito mais perto dos últimos colocados do que dos primeiros da lista. O país está à frente apenas da África do Sul, Filipinas, Botswana, Argentina, Colômbia, Mongólia e Venezuela, a última do ranking.
O líder do ranking é os Estados Unidos, que retomaram a primeira posição, após perder a liderança para a Holanda no ano passado. Os holandeses caíram para o segundo lugar, seguidos por Singapura, Dinamarca e Suíça.
De forma resumida, o estudo aponta a consolidação da América do Norte, Europa e Ásia no topo do ranking de competitividade digital, enquanto, alguns países latino-americanos continuam em posições inferiores.
Os resultados também mostram que os 10 melhores e 10 piores países colocados, com exceção dos Estados Unidos e da Holanda, tiveram piora em seus resultados de indicadores para a transformação digital.
“Os achados sinalizam que o desenvolvimento e a adoção de tecnologias digitais vêm ampliando cada vez mais a distância entre os países no topo e na base do ranking. Por isso, o ranking de competitividade digital reforça a importância de um maior envolvimento da esfera pública e privada na agenda de construção de uma nação digital, pela complexidade e necessidade de atuação em cooperação para superação de desafios”, explica Hugo Tadeu, diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC.
Apesar de piorar em todos os itens na comparação com o ano passado, o Brasil ainda apresentou poucos destaques positivos no levantamento deste ano, como o total de gastos públicos em educação (12º), representatividade feminina em pesquisas científicas (17º), produtividade em pesquisas de P&D (7º), robótica em educação e P&D (17º) e uso de serviços públicos online pela população (11º).
Por outro lado, a experiência internacional da força de trabalho (63º), habilidades tecnológicas (62º) e estratégias de gestão das cidades para apoiar o desenvolvimento de negócios (61º) estão entre os piores resultados brasileiros.
“Falta mão de obra especializada em tecnologia no Brasil e quando os nossos jovens talentos se destacam por aqui, logo recebem propostas de empresas internacionais e acabam migrando para elas, trabalhando de casa e recebendo em dólar, com salários bem mais altos. E a geração de riquezas não fica aqui no Brasil, fica no exterior”, destaca Hugo Tadeu.
O diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC defende ainda uma política de Estado para resolver esse problema da falta de competitividade no Brasil, com incentivo para a formação de profissionais da área de tecnologia, por meio de cursos técnicos, e maior investimento de governos e empresas em pesquisas e tecnologia.
“Nos Estados Unidos, por exemplo, a mentalidade é mais empreendedora, as inovações desenvolvidas em pesquisas logo são implantadas nas empresas, como forma de gerar riqueza. Precisamos avançar nesse sentido”, afirma.
1 - Estados Unidos
2 - Holanda
3 - Singapura
4 - Dinamarca
5 - Suíça
6 - Coreia do Sul
7 - Suécia
8 - Finlândia
9 - Taiwan
10 - Hong Kong
54 - México
55 - Bulgária
56 - Peru
57 - Brasil
58 - África do Sul
59 - Filipinas
60 - Botswana
61 - Argentina
62 - Colômbia
63 - Mongólia
64 - Venezuela