O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) apreende 15 carros por semana no momento da transferência, uma média de três por dia, já que o órgão funciona de segunda a sexta. A maioria com problema de furto ou chassi adulterado. A informação é do próprio departamento. De acordo com o coordenador-adjunto de trânsito do órgão, Luiz Cláudio Figueiredo, o problema acontece porque os compradores são negligentes na hora de fechar o negócio e acabam confiando apenas na palavra de quem vende o veículo. "Há pessoas que juntam o dinheiro da vida toda para comprar um carro e saem chorando depois da vistoria.
Já vi isso muitas vezes", diz. Quando alguém chega ao Detran para transferir um veículo que foi roubado, o carro é apreendido e é instaurado um inquérito. Esses problemas podem ser evitados se o comprador não se deixar levar pelo impulso e buscar todas as informações antes de fechar negócio. O diretor-executivo da Associação de Revendedores de Veículos de Minas Gerais (Assovemg), Lúcio Chimicatti, lembra que não se deve fechar negócio nos finais de semana, mesmo que a oportunidade pareça imperdível, porque é mais difícil obter informações sobre a situação do veículo. "A compra não pode ser movida pela paixão", diz.
Multas
Mesmo se o carro não for roubado ou furtado o consumidor pode ter problemas com hipotecas, multas, impostos em atraso ou outros impedimentos. A advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Maria Elisa Novais, diz que o primeiro passo da compra segura é saber a procedência do veículo. Ela afirma que quem compra em revendas ou concessionárias tem mais garantias.
"Quando a compra é feita em uma empresa, o consumidor tem mais facilidade em cobrar o cumprimento das leis", diz. Isso não significa que os negócios feitos entre particulares não tenham amparo legal. Os problemas podem ser resolvidos nos juizados especiais, como os de pequenas causas. Segundo a advogada, a data de compra registrada no documento é usada como base para atribuir responsabilidades em caso de multas, por exemplo.