Com sua maior fábrica do país instalada desde junho de 2015 aos pés da Serra da Moeda, em Itabirito, na região Central de Minas Gerais, a Coca-Cola FEMSA encomendou um estudo profundo sobre os recursos hídricos da região e que custará mais de R$ 1 milhão à empresa até 2018. Conforme a multinacional, o objetivo do levantamento é entender o comportamento hidrogeológico dos aquíferos Cauê e Gandarela, o que possibilitaria "um melhor aproveitamento dos recursos pela comunidade, governo e outras indústrias que atuam na região".

O estudo, elaborado pela Schlumberger Water Services – empresa com atuação internacional especializada em desenvolvimento, gestão e proteção ambiental dos recursos hídricos –, calculou o potencial das reservas renovável (aquela que se recupera durante o período chuvoso) e permanente (recurso constante existente no subsolo) de água na região. A área analisada, de 280 km², inclui 67 nascentes, 52 poços de bombeamento, 103 poços de observação, cinco drenagens intermitentes, 19 lagoas/pontos de controle e 37 vertedouros da região.

O resultado da primeira fase do levantamento, que foi realizada entre junho e dezembro de 2016, foi apresentado na manhã desta quarta-feira (19) em uma coletiva de imprensa. Até o momento o investimento foi de R$ 400 mil e foram feitos o cadastramento de nascentes, o monitoramento de vazão, coletas de amostras, análises químicas e simulações numéricas.

Segundo Danilo Almeida, um dos responsáveis pelo estudo, em 2017 os levantamentos continuam. "Estes números ainda podem mudar, pois existe uma segunda fase do estudo. Acho importante deixar claro que estes números são baseados nos dados oficiais, não consideram as captações ilegais. Nós rodamos bastante a área, entrevistamos moradores, empresas, e tivemos esse número preliminar que ainda será refinado com novos levantamentos", explicou.

“O estudo reforça o respeito às pessoas e ao meio ambiente, o que faz parte dos valores e atitudes presentes no relacionamento com todos aqueles que participam do dia a dia da empresa. A água é um recurso fundamental para toda a sociedade e, por isso, estamos sempre engajados em fazer o uso consciente”, afirmou o gerente de Assuntos Corporativos da Coca-Cola FEMSA Brasil, Rodrigo Simonato.

Números

Ficou constatado que a reserva renovável dos aquíferos, que ficam na divisa entre Itabirito e Brumadinho, é de cerca de 1,35 milhão de litros por hora, enquanto a reserva permanente é de 800 bilhões de litros. O estudo apontou ainda, de acordo com a Coca-Cola, que todo o bombeamento total de água subterrânea (incluindo empresas e moradores) soma 274 mil litros por hora, o que corresponderia a 21% da reserva renovável. "Dessa forma, o estudo concluiu que, mesmo com todo o consumo da região, 79% da atual reserva renovável não é utilizado: 1,03 milhão de litros por hora", conclui a empresa.

Conforme a multinacional, destes 274 mil litros de água extraídos por hora, 125 mil seriam apenas de sua fábrica em dias de maior consumo, o que representaria 45% do total de água usado atualmente dos aquíferos da região. Em 2017, a empresa contratada fará o monitoramento de 19 nascentes e poços. "Isso será necessário para fornecer uma nova recomendação a longo prazo ou a necessidade de incluir, modificar ou remover algum ponto ou parâmetro do estudo", explica Almeida. Na segunda fase do estudo serão investidos R$ 600 mil.

Em 2018 o monitoramento continua, o que possibilitará uma validação ou revisão das conclusões técnicas apresentadas e a simulação de cenários futuros. Na terceira fase o investimento da Coca-Cola será da ordem de R$ 150 mil.