ECONOMIA EM BH

Confiança do consumidor de BH cai pelo quinto mês consecutivo

Nível de confiança bateu a marca de 68,9 neste mês, o menor índice desde agosto do ano passado. Inflação é principal causa

Por Gabriel Ronan
Publicado em 28 de março de 2022 | 15:40
 
 
 
normal

O nível de confiança do consumidor em Belo Horizonte voltou a cair neste mês de março. O índice bateu a marca de 68,9 e registrou a quinta queda consecutiva. Esse é o menor estágio do indicador desde agosto do ano passado, quando a população ainda enfrentava os reflexos do pico da pandemia da Covid-19.

Em relação ao mês passado, o nível de confiança caiu exatamente 1. A estatística marcava 73,2 em outubro último, quando começou as quedas consecutivas de novembro (72,9), dezembro (72,8), janeiro (71,4), fevereiro (69,9) e março (68,9).

Os dados são da pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).

Desde que a pandemia começou, em março de 2020, o nível de confiança do consumidor da capital mineira nunca superou a marca de 100 pontos. Pela metodologia aplicada pela Fecomércio é possível concluir que o belo-horizontino não vê um cenário econômico favorável ao consumo há ao menos dois anos.

São sete pontos analisados no levantamento, com dois recortes: os consumidores que ganham mais que 10 salários mínimos e aqueles que ganham menos que isso.

Quanto ao nível de consumo, 61,3% dos consumidores disseram que estão comprando menos no momento. Entre aqueles mais pobres, esse percentual chega a 64,3%.

Já a renda, 36,6% dos entrevistados admitem que ganham menos em março deste ano que no mesmo mês do ano passado, ainda que BH tenha vivido o pico da pandemia justamente há um ano.

Os dados sobre o emprego atual também assustam: 22,6% dos consumidores garantem que estão menos seguros no momento do que em março de 2021. Por outro lado, 25,3% se sentem mais estáveis. Outros 11,6% estão desempregados e 40,5% não viram diferença entre os dois recortes de tempo.

Quanto ao futuro, 52,1% dos belo-horizontinos ouvidos não têm perspectivas de melhorar seu emprego nos próximos seis meses. Na mesma toada, 42,2% acham que os brasileiros vão consumir menos nos próximos meses do que no segundo semestre do ano passado.

A inflação em alta está por trás do pessimismo do consumidor. Com o reajuste dos combustíveis anunciado pela Petrobras, a alta de determinados produtos por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia e as incertezas com as eleições presidenciais, além da instabilidade geral da economia, tudo ficou mais caro.

Um exemplo é a compra de bens duráveis, como casas e carros. Na pesquisa da Fecomércio MG, 89% dos belo-horizontinos entendem que esse é um mau momento para investir nessas coisas. 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!