Impactos

Coronavírus: medidas de liquidez do Banco Central têm impacto de R$ 1,2 trilhão

Entre as mudanças estão o novo depósito a prazo com garantias especiais e a liberação adicional de depósitos compulsórios

Por Da Redação
Publicado em 23 de março de 2020 | 10:50
 
 
 
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O Banco Central (BC) anunciou na manhã desta segunda-feira (23) uma série de medidas para enfrentamento da pandemia de coronavírus no Brasil em termos econômicos. A instituição reduziu depósitos compulsórios e anunciou linha de empréstimos a instituições financeiras.

Dentre as mudanças estão medidas para garantir liberação de liquidez, como o novo depósito a prazo com garantias especiais e a liberação adicional de depósitos compulsórios, além da flexibilização da LCA, que facilita crédito ao agronegócio e visa fortalecer os bancos.

“Várias das medidas anunciadas, como a flexibilização da LCA e o empréstimo com debêntures, nunca foram feitas no passado no Brasil”, explicou o presidente do BC, Roberto Campos Neto. As medidas, segundo Campos Neto, têm impacto de R$ 1,2 trilhão.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) ainda autorizou o Banco Central a conceder empréstimos a instituições financeiras garantidos em debêntures (títulos privados) adquiridas entre 23 de março e 30 de abril de 2020. Trata-se de uma Linha Temporária Especial de Liquidez (LTEL). A estimativa do BC é que haja um potencial de liberação de R$ 91 bilhões nesse processo.

“Você dando liquidez, quem melhor avalia os créditos são os bancos. E são eles que alocam os créditos de forma eficiente e olham o crédito dos clientes da melhor forma”, explicou Campos Neto. 

Desta forma, os bancos e instituições financeiras teriam mais condições de fornecer empréstimos, por exemplo, para os possíveis impactos que venham a surgir em relação à pandemia de coronavírus.

Compulsório

O Banco Central informou ainda que decidiu reduzir a alíquota do compulsório sobre recursos a prazo de 25% para 17%. A estimativa é que a mudança resulte numa liberação de R$ 68 bilhões no mercado financeiro a partir do dia 30 de março. 

O compulsório é formado por uma parte do dinheiro depositado nos bancos pelos correntistas. Esses recursos são mantidos no Banco Central.Os bancos não podem utilizá-los, por exemplo, para fazer empréstimos.

Captação de recursos

O BC também informou que “as incertezas ocasionadas pela crise sanitária mundial sobre a economia têm aumentado a aversão ao risco e podem interferir negativamente na captação de recursos pelas instituições financeiras”.

“Para reforçar a capacidade de resposta ao regular funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN), o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou hoje a Resolução nº 4.785, que autoriza a captação de Depósito a Prazo com Garantia Especial do Fundo Garantidor de Crédito (FGC)”.

“Conhecido no mercado como DPGE1, essa modalidade de depósito a prazo é garantida pelo FGC até o limite de R$ 20 milhões por titular e foi um instrumento utilizado com sucesso para dar liquidez ao mercado no momento de stress provocado pelos efeitos da crise mundial de 2008 no Brasil”. (Com Agência Brasil)

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