O e-commerce faturou R$ 32,1 bilhões no primeiro semestre de 2019 no país, um crescimento de 16,3% ante o mesmo período de 2018. Minas foi responsável por 10,5% dos ganhos, com 2,1 milhões de pedidos só na capital. Os dados são do Movimento Compre & Confie e foram divulgados pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, que, nesta semana, realiza em Belo Horizonte o Ciclo MPE, uma série de palestras gratuitas para ajudar empreendedores a planejar uma loja virtual de sucesso. Especialistas são unânimes ao apontarem a tendência de crescimento do e-commerce, mas ressaltam que abrir uma loja na internet não significa, por si só, aumento de vendas: é preciso planejar.
Hernane Ribeiro, 35, sócio-proprietário da loja de roupas multimarcas Zás, conta que a loja virtual foi criada em 2016, a partir de uma demanda de clientes de outros Estados. Mas ela é, por enquanto, pouco representativa e corresponde a 5% das vendas das duas lojas físicas em BH. “O investimento é alto, então deixamos crescer organicamente. Acho que roupa ainda é algo que muitas pessoas fazem questão de experimentar, e tem a questão do frete. Tenho muitas clientes de fora, mas, quando elas veem R$ 50 de entrega, desanimam”, conta.
A loja Ahau Sports, voltada para o vestuário esportivo, começou na internet e ganhou um endereço em Nova Lima, na região metropolitana, há dois anos e meio. Hoje, a loja física vende cinco vezes mais do que a virtual. “Temos muita vontade de crescer, mas vemos dificuldade nos processos, como configurar a plataforma, saber a forma correta de impulsionar”, diz o proprietário Cristiano Ballesteros, 40.
Desafios. Para a analista do Sebrae Minas Paula Bento de Vasconcelos, o comportamento do consumidor, que usa cada vez mais a internet em busca de comodidade, deve fazer com que o e-commerce siga em alta. Ela pontua que o passo mais importante é planejar e estudar o mercado. “A concorrência é muito maior, então o preço tem que ser competitivo, e o produto, adequado. É preciso ter noção do custo da logística e pensar na embalagem em que o produto vai chegar à casa do consumidor. Tem que colocar tudo na ponta do lápis para ver se vale a pena”, diz ela.
A analista da Fecomércio MG Aline Grazielle diz que é necessário saber se o cliente está encontrando o que deseja na loja virtual. “Essa parte é mais difícil por não haver o contato direto com o cliente. É preciso estar sempre antenado para saber se o produto está atendendo as necessidades de quem compra”, pontua.
Evento ensina interessado a estruturar negócio online
Além de assistirem a palestras sobre planejamento, logística, meios de pagamento na internet, marketing digital e acessibilidade, os participantes do Ciclo MPE poderão acompanhar o processo de construção de uma loja online. O evento ocorre nesta quinta-feira, dia 25 de julho, no Sebrae, em Belo Horizonte.
“Será possível conhecer desde a estruturação da loja até o processo de entrega do produto. Os participantes interessados terão apoio para montar a própria loja virtual”, diz o secretário executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Felipe Brandão.
“Nos últimos anos, mesmo com a situação de recessão no país, o e-commerce continuou crescendo. É uma alternativa muito positiva para pessoas que já têm uma loja física e para quem quer começar um empreendimento”, completa Brandão.
Serviço. A inscrição para o Ciclo MPE em Belo Horizonte é gratuita e pode ser feita no site ciclo-mpe.net. As vagas são limitadas. O evento ocorre entre 8h e 18h desta quinta-feira.