Mercado imobiliário

Entrada da casa própria pode ser parcelada em 5 anos com nova solução da EmCash

Plataforma alivia custos de construtoras e permite condições mais flexíveis de pagamento para os compradores de imóveis, segundo empresa

Por Gabriel Rodrigues
Publicado em 12 de abril de 2024 | 06:00
 
 
 
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Por trás do sonho da compra da casa própria, existe uma complexa engenharia entre bancos e construtoras que pode ser invisível para o cliente, mas que traz consequências para o bolso dele. Agora, a fintech EmCash lança uma solução que promete facilitar operações entre empresas e consumidores e pode resultar em condições facilitadas de pagamento da entrada de imóveis.

A solução da EmCash foi desenvolvida durante um ano e meio em parceria com a MRV e mira os imóveis novos do programa Minha Casa Minha Vida. Tradicionalmente, a Caixa Econômica financia entre 75% e 80% do valor do imóvel para o consumidor, valor que é pago à vista às construtoras. Os 20% a 25% restantes são a entrada do imóvel, que o cliente geralmente pode parcelar no máximo até 36 meses, ou três anos com as empresas — no mercado, esse acordo é conhecido como pro soluto. 

Todo esse processo demanda que as construtoras tenham uma equipe robusta de análise de crédito — para conferir os dados dos clientes — e de cobrança. Além disso, exige um alto capital de giro. A solução da EmCash ataca justamente esses pontos. Como ela é uma instituição financeira, diferentemente de uma construtora, consegue condições mais flexíveis de negociação para o cliente pagar a entrada do imóvel. Passa a ser ela, e não a construtora, quem cede o crédito ao comprador. A construtora recebe o valor à vista, enquanto o cliente parcela a entrada com a EmCash em até cinco anos.

“O que não é financiado pela Caixa as construtoras financiam em seis, 12 meses. Agora, a condição de financiamento é em até cinco anos, o que possibilita um valor de parcela mais baixo, que cabe no bolso”, enfatiza o cofundador e diretor da EmCash, Marcio Nunes. Ela também foca em ganhos tecnológicos para o comprador de imóveis, completa Nunes: “nosso sistema é 100% tecnológico. A aprovação e a assinatura do contrato são por aplicativo, não precisa ir ao cartório”.

O diretor do Banco MRV, Rômulo Coscarelli, lista mais benefícios para o consumidor. “Temos algumas vantagens comerciais muito interessantes para o cliente. Com a EmCash, temos juros menores e possibilidade de parcelamento maior, agilidade na análise e na aprovação das propostas. Com essa solução, temos o compromisso de fazer isso em no máximo três horas depois do recebimento da documentação, sendo que isso tem sido feito até em muito menos tempo. Outra questão é o aumento da capacidade do cliente de obter crédito, por fazer isso com uma instituição financeira. O cliente tem a possibilidade de colocar, por exemplo, um automóvel ou outro bem em garantia, combinar renda com um segundo proponente e incluir um fiador. Tudo isso aumenta sua capacidade de obtenção de crédito”.

A solução estreia na MRV com a projeção de ser utilizada na venda de 3.000 imóveis no primeiro semestre deste ano, o que representa financiamento de R$ 125 milhões de pro soluto. Além das vantagens para os clientes, a construtora cita os ganhos para as empresas. 

“Temos redução de custos operacionais. De onde ela vem? A análise e concessão de crédito para esse tipo de venda não precisam mais ser feitas pela equipe própria da MRV. A antecipação de recebíveis também tem um custo importante. No caso desse crédito direto via EmCash, o eliminamos. E reduzimos também nosso custo de cobrança, já que, no crédito cedido pela EmCash, a cobrança é da equipe dela. Também temos vantagens financeiras e ganhos com a operação, como o recebimento antecipado do valor que o cliente financia. O recebemos à vista e de forma rápida — o estabelecido é que recebamos em, no máximo, 15 dias depois da venda feita. Com isso, temos antecipação da geração da caixa em relação ao recebimento normal, se fôssemos receber do cliente ao longo do tempo”, aprofunda.

Uma das bases do negócio é o Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI). Ele é um produto de investimento isento de Imposto de Renda, uma espécie de veículo financeiro que liga os compradores de imóveis ao mercado de capitais. A plataforma de securitização Opea é a responsável pela geração do CRI na operação, resumida pelo chefe de relações institucionais da empresa, Lucas Drummond.

“A MRV desenvolve o empreendimento, a pessoa física consegue financiar pela Caixa. Antes, a construtora financiava 20%, o que limitava a capacidade de conceder crédito e gerava a necessidade de ela ter uma área de cobrança. Então, a EmCash propõe que, em vez de a MRV ficar com essa carteira, os compradores financiem pela EmCash. Para essa ponte ser concreta, alguém precisa pagar a MRV à vista. Quem faz isso? Os investidores do CRI. O CRI empacota a parte que não é financiada pela Caixa dessas 3.000 unidades habitacionais que estão sendo vendidas e vende no mercado de capitais”, conclui. A opção já é oferecida nos stands de venda da MRV em Minas Gerais.

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