A falta de componentes importados deve reduzir a produção de carros pela fábrica da Fiat em Betim. De acordo com material que teria sido distribuído pela empresa aos funcionários e ao qual O TEMPO teve acesso, a montadora estaria negociando com o sindicato para que parte dos colaboradores passe por um programa de suspensão do contrato de trabalho para qualificação profissional.
Segundo o documento, a empresa estaria se esforçando para lidar com falta de componentes essenciais para os veículos, mas que está com milhares de carros inacabados na fábrica.
A empresa teria colocado em votação, entre os funcionários, a adesão a um programa em que o trabalhador participa de um curso de qualificação profissional realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) por um período de dois a quatro meses. A votação estaria marcada para esta quinta-feira (23).
A proposta é que o trabalhador receba um pagamento via governo federal, conforme o valor do seguro-desemprego. O material não deixa claro, mas possivelmente está relacionado ao Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, lançado pelo Ministério da Economia em 2020 e estendido a 2021. O complemento do salário será feito pela própria montadora, segundo o informe.
“Todos os benefícios e direitos atuais dos empregados são mantidos e ele passa a receber R$ 70 de auxílio-internet”, diz o informe. “A medida preserva o emprego e nos dá tempo e flexibilidade para lidar com abastecimento de peças essenciais”, completa.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Fiat afirmou que a montadora irá se manifestar sobre o assunto na tarde desta quinta-feira (23).