Um fundo de crédito de R$ 4,01 bilhões criado pelas empresas One Comprador LLC, com sede nos Estados Unidos, e a chinesa Comprador Limited, foi anunciado nesta quinta-feira (7) Belo Horizonte. 

Ele trará investimentos em infraestrutura e tecnologia para o Brasil e deve ser majoritariamente aplicado em Minas e gerido por um escritório em na capital mineira. 

Chamado de “Fundo de Impacto Social Brasil-China”, o capital será focado nas áreas de saneamento básico e energia renovável. 

A assinatura da parceria foi realizada durante o Pre Brics Summit Minas Gerais, evento realizado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) em BH. 

Segundo um levantamento da entidade financeira, obtido com exclusividade por O TEMPO, o dinheiro aplicado deve gerar ao menos R$ 1,3 bilhão de verba circulando no Estado e estimular a criação de 31 mil empregos, entre diretos e indiretos. 

Além disso, o investimento tem a capacidade de aumentar em R$ 50 milhões a arrecadação do governo de Minas em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Apesar de não ser parte formal do acordo, o BDMG foi um dos principais articuladores do contrato. 

O cofundador da One Comprador LLC, Rodrigo Veloso, afirma que a parceria entre as empresas deve ser o pontapé inicial para a criação de outros fundos vindos da China no Brasil. É o primeiro investimento do tipo feito pelos empreendimentos na América Latina.

“Acreditamos que em um período entre seis e dez meses, o recurso já esteja disponível para os municípios. Vamos oferecer principalmente tecnologia de sistema de tratamento de águas residuais de fornecedores chineses, que poderão alugar seus equipamentos para empresas em Minas e no Brasil”, diz. 

Segundo Anthony Steains, fundador da Comprador Limited, o dinheiro do fundo é composto por verba internacional, mas a maior parte dos aportes é da China. 

“A intenção é ter uma estrutura robusta de investimento, alinhada com as melhores práticas no mundo, com transparência. Estamos excitados com as oportunidades que vemos no Brasil”, declarou. 

“O banco de desenvolvimento é uma plataforma de mobilização de recursos e, por meio de nossa articulação, demos suporte para a chegada do acordo. São recursos exclusivamente privados, que vem para áreas chaves no Estado”, concluiu o presidente do BDMG, Sergio Gusmão.

BDMG cria fundo para municípios que sofreram com chuvas

O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) vai criar um fundo emergencial de crédito para municípios do Estado afetados pelas fortes chuvas que ocorreram nas últimas semanas. Valores não foram revelados. 

As cidades de Santa Rita do Sapucaí, Itabira e Itaúna, por exemplo, foram afetadas pelas precipitações, com diversas estruturas públicas e privadas danificadas pelos temporais. 

O crédito, que deve ser anunciado até o fim de 2019, terá taxa de juro “simbólica” de, no máximo, 1% ao mês, assim como outros programas emergenciais oferecidos pelo banco atualmente. 

A informação foi revelada nesta quinta-feira (7) pelo presidente do BDMG, Serio Gusmão, durante o Pre Brics Summit Minas Gerais, realizado em Belo Horizonte. 

Além disso, a entidade financeira já oferece uma outra linha de crédito, focada para micro e pequenos empresários de municípios com até 100 mil habitantes no Estado afetados pelas chuvas, com juros de 0,87% ao mês neste programa. 

Decreto que permite atuação de AIIB no Brasil deve ser votado nas próximas semanas

A votação do decreto que institui o Brasil como país fundador do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIBB) e permite a atuação dele no país deve ocorrer nas próximas semanas, segundo o vice-presidente da instituição, Joachim Von Amsberg. 

O executivo esteve na última quarta-feira em Brasília e discutiu a articulação do projeto com deputados federais e representantes do Poder Executivo. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (7), em entrevista a O TEMPO, durante o Pre Brics Summit em BH.

“O acordo é claramente benéfico para o país e todos os legisladores com quem conversei, entre posição e oposição, se mostraram favoráveis à vinda do banco”, disse. 

São 100 países que fazem parte do AIBB, e há três nações fundadoras – Brasil, Kwuait e África do Sul. 

O banco, que tem capital de US$ 100 bilhões, informa que o investimento necessário para o início das operações do país é de US$ 1,5 milhões. 

Os projetos custeados pela instituição devem ter aportes entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões no Brasil.