O consumidor encontra gasolina a R$ 5,59 em postos da avenida Amazonas, da avenida Antônio Carlos e da Via Expressa na manhã desta quinta-feira (29/06). A média de preços em Belo Horizonte e região, segundo o levantamento mais recente do site de pesquisa Mercado Mineiro, era R$ 5,05, mas ela tende a aumentar com o retorno dos impostos federais sobre os combustíveis.

Os tributos PIS/Cofins e Cide passaram a ser cobrados integralmente a partir desta quinta. A mudança poderia ter sido adiada até sábado (1º/07) se o Congresso tivesse votado a Medida Provisória (MP) que reduzia os impostos, porém não houve ação nesse sentido. O retorno dos impostos tem potencial para aumentar o preço do litro da gasolina em R$ 0,34 e o do etanol, em R$ 0,22.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) afirma que o repasse dos impostos para os estabelecimentos está sendo mais elevado do que o previsto. “A despeito do mercado de combustíveis ser livre tanto na distribuição quanto no varejo, é preciso destacar que o que os revendedores têm percebido no primeiro dia de incidência total dos impostos federais é que os repasses de venda das distribuidoras para os postos têm sido além do que o previsto”, diz nota da entidade.

O administrador do site de pesquisa de preço Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, atesta que o aumento foi maior do que o previsto em muitos postos. “Na minha opinião, o que o consumidor deve fazer, se possível, é não encher o tanque e deixar a  concorrência se acirrar entre os postos para ver se, na próxima semana, temos alguma redução. Foi uma notícia muito triste, indigesta e o consumidor se sentiu traído, sim, por toda a cadeia produtiva, distribuidora. A gente que paga o pato mais uma vez”.

De acordo com Feliciano, o valor mais alto encontrado em Belo Horizonte, nesta quinta-feira, foi R$ 5,89. Este é o preço do litro da gasolina cobrado em um posto do bairro Belvedere, na região Centro-Sul. Os dados atualizados podem ser conferidos no aplicativo ComOferta, do Mercado Mineiro. 

Entenda a montanha-russa de preços dos combustíveis

Os impostos federais haviam sido zerados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em junho de 2022, poucos meses antes das eleições. A medida perderia efeito em janeiro deste ano, contudo o presidente Lula (PT) a prorrogou. Os impostos federais voltaram parcialmente em março.

Em maio, o ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou que há margem para a Petrobras baixar mais o preço dos combustíveis para compensar o retorno dos tributos. "Com o aumento (dos impostos) previsto para 1º de julho, vai ser absorvido pela queda do preço deixada para esse dia. Nós não baixamos tudo o que podíamos. Justamente esperando o 1º de julho, quando acaba o imposto de exportação e acaba o ciclo de reoneração”, declarou durante reunião conjunta nas comissões de Desenvolvimento Econômico; Finanças e Tributação; Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

Sob o governo Lula, a Petrobras abandonou o Preço de Paridade de Importação (PPI), adotado desde 2016. A política de preços utilizava o mercado internacional como referência para reajustar preços, que eram fortemente influenciados pelo preço do barril de petróleo no exterior. Com a mudança, os preços internacionais não são mais os únicos parâmetros de ajuste de preços e, desde maio, a Petrobras tem anunciado reduções no preço dos combustíveis.

(Com colaboração de Raquel Penaforte e Rômulo Almeida)