Se todo guarda-roupa tem um modelo abandonado pela dona, em toda coleção sobram peças nas lojas. Para cada situação, uma saída. Em Belo Horizonte, na única outlet (ponta de estoque) da grife Patachou no país, peças da coleção anterior têm desconto de até 70%. Um vestido de inverno que custava R$ 780 agora sai por R$ 390. Botas custam R$ 218, enquanto as da coleção atual saem por mais de R$ 400, explicou uma das sócias, Cláudia Mussy Campos Novais.
A outlet da marca mineira não perde o charme das outras lojas. É uma maison, tem manobrista na porta, um lugar acolhedor, disse. Para Cláudia, o mineiro ainda tem um pé atrás, mas quando entende a proposta, fica maravilhado. A cliente vem para complementar o guarda-roupa.
Outra outlet de Belo Horizonte, a NonFashion, é uma multimarcas com apenas três meses. O desafio da empresária Moema Breves é oferecer roupas de moda a preços promocionais. Lá, os novos talentos concorrem nas araras com estilistas renomados, como as regatas de Tereza Santos (ex-Patachou) ou as blusas de Renato Loureiro.
Outro diferencial é a forma de definir preço. É o estilista que define o desconto. Todas as peças são precificadas pelos próprios estilistas, explicou Moema.
A moda de outlet é nova no Brasil até mesmo na Internet. A tendência só ganhou adeptos nos últimos dois anos. Sem estatísticas, o cálculo é de mais de cem brechós em operação na rede. O mais recente é o www. brechosocial.com.br. Gente famosa como o jogador Ronaldo doou uma camisa, à venda no site por R$ 45 mil. Tem vestido de Gisele Bündchen por quase R$ 10 mil. A diferença é o destino do dinheiro arrecadado, que vai direto para a ONG que a celebridade escolheu.
Quando o assunto é gente comum, as vendas acontecem com toques de criatividade. No site www.achadosdodia.com.br, foi criado o termo personal garimpeitor, um profissional que se dispõe a percorrer os brechós e comprar para quem não tem tempo. Outro achado é o casadosbrechos.blogspot.com. Você pode ficar horas vendo as promoções. (Helenice Laguardia)