O governo de Minas Gerais e a empresa MG LIT (Lithium Ionic) firmaram protocolo de intenções para a geração de mais de mil empregos diretos, além dos indiretos, na região do Vale do Jequitinhonha. Os investimentos – da ordem de R$ 750 milhões – fazem parte do propósito de desenvolvimento do Vale do Lítio. A empresa irá atuar na extração de lítio nos municípios de Araçuaí, Itinga e Salinas.
Em reunião na Cidade Administrativa, nesta semana, em Belo Horizonte, o presidente da MG LIT, Hélio Diniz, ressaltou os impactos sociais e econômicos do projeto para a região, o que também vai elevar a empregabilidade no estado. “O futuro é bem promissor. Acreditamos muito no potencial da região, que é enorme. Estamos bastante animados e queremos começar a trabalhar o mais rápido possível”, disse. “A cada dia que passa, estamos fazendo o Vale do Lítio se tornar algo concreto. E, hoje, demos um passo muito importante para isso. Queremos dar emprego digno para os mineiros. Estamos dando todo o apoio a esse projeto, sem burocracias e seguindo rigorosamente a legislação ambiental. O Vale do Jequitinhonha será e - já começa a ser - o Vale da Esperança”, disse o governador Romeu Zema durante a reunião com o executivo.
A expectativa é que a MG LIT comece a operar em 2025. A empresa já começou a investir no Estado e, até o final do ano, devem ser contabilizados cerca de R$ 160 milhões em recursos aplicados em Minas Gerais. No total, a previsão é que sejam direcionados mais de R$ 750 milhões pela MG LIT. A parceria do governo de Minas com as empresas que querem investir no Vale do Lítio vai além da extração. É fundamental, nesse processo, que as companhias apresentem ações sociais, como apoio as mulheres empreendedoras, estradas e infraestrutura, conforme recomendação do governador.
“Algumas empresas já estão investindo para melhorias das estradas e pontes. Já solicitamos também que elas contribuam para o Aeroporto de Araçuaí, para que o município possa receber voos regulares”, afirmou Romeu Zema.
“A região melhorou muito para emprego, tem muito dinheiro correndo”, contou o caminhoneiro José Libério Corregozinho, que percorre a região há cerca de 20 anos. Desde então, ele já viu as estradas, outrora abandonadas, começarem a ser resgatadas para escoamento da produção. José só 'lamenta' não encontrar mais mão de obra ao precisar de ajuda em Itinga. “Trabalho com descarga de mercadorias e, hoje, não acho mais ninguém para trabalhar porque todo mundo que quer já está trabalhando. Mas está bom, porque o que interessa é que o dinheiro está correndo. É o progresso, tem que ter nessa região que é muito pobre”, destacou.
A MG LIT (Lithium Ionic) é uma empresa de mineração canadense com foco em lítio. Atua na aquisição, exploração e desenvolvimento de propriedades de lítio no Brasil com o objetivo de gerar valor de longo prazo para seus acionistas por meio da descoberta e potencial extração futura de lítio, um mineral que está alimentando a revolução verde.
Saiba mais sobre o Vale do Lítio
O Vale do Lítio é formado por 14 cidades: Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni e Turmalina, no Nordeste de Minas, e Rubelita e Salinas, no Norte mineiro.
Esses municípios abrigam a maior reserva nacional de lítio. O mineral é utilizado em diversas aplicações, sendo a mais comum a fabricação de baterias de longa duração, que equipam veículos elétricos e aparelhos eletroeletrônicos. Por isso, será um item bastante demandado nos próximos anos pela indústria, de forma geral.
Investimento de R$ 30 bilhões na região
Até o momento, segundo informações da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), já foram atraídos quatro grandes projetos de investimentos e desenvolvimento para o Vale do Lítio. Com as confirmações, estão previstos cerca de R$ 5 bilhões em recursos que serão direcionados a Minas, com expectativa de chegar a R$ 30 bilhões até 2030. Os quatro empreendimentos firmados projetam mais de 3.700 postos de trabalho na região. (Com Agência Minas)