Windsor

Loja de roupas é alvo da polícia por sonegação

Operação aponta que empresa vendia produtos sem nota fiscal e devia ICMS

Por Juliana Gontijo
Publicado em 13 de março de 2019 | 03:00
 
 
 
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O grupo mineiro Windsor, do ramo de vestuário, foi alvo, nesta terça-feira (12), de uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Foram 15 mandados de busca e apreensão em residências e lojas de rua e de shoppings da marca, na capital mineira, Nova Lima e Contagem, região metropolitana. “Foram apreendidos documentos, celulares, computadores e um cofre”, conta o chefe da divisão de fraudes da PCMG, delegado Domiciano Monteiro. Entre as ilegalidades praticadas pela empresa estão venda de produtos sem nota fiscal, além de deixar de recolher o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “O prejuízo aos cofres públicos ultrapassa R$ 20 milhões”, diz. Para Monteiro, esses crimes têm impacto para toda a sociedade, já que impostos deixam de ser arrecadados e convertidos em benefícios.

Os trabalhos de busca e apreensão começaram às 6h e se estenderam até às 12h desta terça-feira e contou com cerca de 60 policiais. De acordo com o delegado, o objetivo foi obter mais provas dos crimes de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro que já vinham sendo praticados há alguns anos e se tornaram mais evidentes em dezembro de 2016, durante uma manobra de incorporação de capital feita pelo grupo.

O delegado explica que o esquema envolvia pessoas sem condições financeiras que figuravam como sócias de várias empresas do grupo, ou seja, atuavam como “laranjas”. A situação foi confirmada durante alguns depoimentos que aconteceram nesta terça-feira. “Uma terceira empresa, de fora do grupo, chegou a ser criada e para a qual eram destinados os créditos das vendas realizadas nas lojas. Com isso, esses recursos não se misturam com o capital do grupo, uma vez que a incorporadora e as incorporadas estavam todas ‘negativadas’ e com débitos junto ao Fisco e aos credores”, explica.

Família

Monteiro afirma que o alvo das investigações são seis pessoas da mesma família. “Mas isso não impede que esse número aumente, porque pode ter a implicação de funcionários do setores financeiro e contábil. Isso precisa ser melhor analisado”, diz. Ele explica que outras fraudes estão sendo apuradas e várias pessoas foram ouvidas, mas os envolvidos não foram presos. A reportagem procurou a Windsor Vestuários, mas a empresa não se manifestou até o fechamento desta edição.

Ilegalidades

Sonegação

Empresa não recolhia o ICMS.

Sem nota

Vendas aconteciam sem nota fiscal.

Lavagem

Uma terceira empresa fora do grupo foi criada com o objetivo de simular vendas e “lavar” dinheiro.

“Laranjas”

Pessoas sem recursos financeiros eram sócias de empresas do grupo, atuando como “laranjas”.

Falsidade

Simulação de integralização de capital social.

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