Belo Horizonte

Lojas do Supernosso que já foram do Carrefour vão virar Epa Premium em setembro

Contrato de parceria entre os supermercados não será renovado e o Grupo DMA, dono dos imóveis e da marca Epa, assumirá o controle das lojas

Por Alexandre Nascimento
Publicado em 05 de fevereiro de 2024 | 16:31
 
 
 
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Quatorze lojas do Supernosso em Belo Horizonte que um dia já tiveram a marca Carrefour Bairro vão passar por nova mudança em setembro deste ano. Os imóveis, que pertencem ao Grupo DMA (detentor do EPA) e estão alugados para o Carrefour até o fim de agosto, devem ser transformados em Epa Premium. A primeira mudança já aconteceu em dezembro do ano passado, numa loja localizada no bairro Funcionários, na região Centro-Sul.

Os imóveis em questão foram administrados pelo Carrefour durante muitos anos, mas passaram a ser terceirizados para o Supernosso em 2019. O contrato de locação das unidades se encerra em setembro com a verdadeira dona dos imóveis - a DMA - e o Carrefour decidiu não renová-lo. Como os imóveis serão devolvidos para a proprietária original, a tendência é que todos sejam transformados na recém-criada marca Epa Premium. 

Quem confirma que o contrato entre Carrefour e DMA não será renovado é o fundador e presidente do Grupo Supernosso, Euler Fuad Nejm. Em entrevista exclusiva à reportagem de O TEMPO, o empresário disse que não houve acordo entre Epa e Carrefour por causa dos valores dos aluguéis. E, por isso, a rede francesa já comunicou ao Supernosso que não irá renovar o contrato de prestação de serviços com a rede. Por isso, as 14 lojas voltam para o controle do Grupo DMA. 

A operação de devolução das lojas do Carrefour para o Grupo DMA foi aprovada sem restrições, no ano passado, pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O acordo previa a devolução de 15 lojas, mas uma já foi devolvida - justamente, o primeiro Epa Premium, localizado na rua Antônio de Albuquerque, 1.080, no bairro  Funcionários. 

Confira a entrevista exclusiva de O TEMPO com Euler Fuad Nejm:

O TEMPO: As lojas do Supernosso que antes eram Carrefour Bairro realmente vão virar Epa Premium em Belo Horizonte, como é comentado pelos funcionários?

 EULER NEJM: “Nós formalizamos uma parceria exitosa com o Carrefour, com as lojas Carrefour Bairro, onde na visão do cliente a loja passaria a ser Supernosso, assim como aconteceu com o pricing, o layout, a fachada ou o treinamento. Foi uma parceria inédita no mundo. E aí o Carrefour detém o ponto, a venda do cupom fiscal e a contratação do pessoal. A gente treina a equipe e presta serviços, então toda a operação passa a ser do Supernosso e o Carrefour é que tem o faturamento. A gente tem um contrato de prestação de serviços, de royalties de marca e de desempenho. E para essa parceria, foi feito um contrato de 5 anos. Por interferências externas, ela tende a não ser renovada. O contrato vence em setembro, a tendência é que nós não renovemos porque os pontos comerciais pertencem ao Grupo WRV (empresa do Grupo DMA). E eles devem operar a marca EPA Premium. Nós estamos estranhando porque isso já aconteceu em uma loja, mas foi uma exceção. Mas para as demais lojas, a tendência é que seja no mínimo cumprido o contrato até setembro.

O TEMPO: E como ficará a situação dos funcionários?

EULER NEJM: Eles não têm vínculo com o Supernosso, eles são contratados pelo Carrefour. A gente treina os funcionários, mas é o Carrefour quem contrata. Como o Grupo Supernosso está em franca expansão, eu vou deixar já o convite para todos os colaboradores que trabalham na parceria ingressarem como funcionários do grupo Supernosso. Todos os funcionários dessas lojas, se porventura realmente não for renovado o contrato, eu estou à disposição para contratá-los. 

O TEMPO: Mas porque esse contrato não foi renovado?

EULER NEJM: Ele tende a não ser renovado por questões externas. Os proprietários colocaram um valor de aluguel que, segundo o Carrefour, fica inviável para eles operarem porque o contrato de aluguel é com o Carrefour, o ponto é do Carrefour, a venda é do Carrefour. Nós somos os prestadores de serviço. Com isso, o Carrefour deve ter feito um acordo naturalmente com a WRV. Ele vai sair de Belo Horizonte com essa marca que antes operava como Carrefour Bairro, creio que deva se manter com a marca Carrefour Hipermercados apenas com as lojas maiores. Então sobre o Carrefour Bairro, que nós fizemos a parceria, eles vão desistir dessa operação devido aos valores que chegaram os aluguéis, eles acharam inviável a manutenção e renovação do contrato.

Versões do Carrefour e do Grupo DMA

Procurado, o Carrefour Brasil não quis confirmar o motivo do fim da parceria com o Grupo DMA e com o Grupo Supernosso, mas alegou que vai manter outras operações em Minas Gerais.

"Informamos que as lojas do supermercado em questão já não operavam sob nenhuma bandeira do Grupo Carrefour Brasil desde agosto de 2020. Seguimos no estado de Minas Gerais, uma praça estratégica para os negócios da companhia, com os formatos de varejo, atacarejo e clube de compras".

Também procurado pela reportagem, o Grupo DMA ainda não se manifestou sobre o assunto. Esta reportagem está aberta à manifestação do grupo supermercadista. 

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