De cerveja a siderurgia, Minas pode atrair investimentos que prometem milhares de empregos. Cinco empreendimentos foram anunciados nesta terça-feira (14) pela Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi). Além deles, há também quatro planos de expansão de unidades fabris já existentes no Estado. Somados, os nove projetos somam R$ 3 bilhões de investimentos e 1.500 empregos diretos no Sul, Centro-Oeste e Triângulo Mineiro. Por enquanto, são apenas protocolos de intenção, mas o diretor-presidente do Indi, Thiago Toscano, garante que, num período de dois a quatro anos, já terão saído do papel. “Uma boa prova disso é a fábrica que a Lear inaugura hoje em Camanducaia, no Sul de Minas. "As negociações começaram em junho de 2018 e ela já está operando", explica.

A Lear Corporation é uma multinacional norte-americana, do ramo de peças automotivas. Ela já tem uma unidade que produz bancos de carros em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Nesta quarta-feira (15), abre oficialmente uma fábrica de chicotes elétricos em Camanducaia, que fica a 130 km de São Paulo. “Escolhemos Camanducaia por estar em uma localização estratégica para o negócio e por acreditarmos no potencial da região. Para mantermos a qualidade e agilidade na entrega, estruturamos a planta para termos uma produção eficiente e, ao mesmo tempo, um ambiente adequado para o funcionário”, diz o vice-presidente da Lear América do Sul, Marcelo Moraes.

Segundo a empresa, serão gerados 300 postos de trabalho direto. “É uma conquista muito importante para a cidade. A previsão é chegar a 1.600 empregos diretos e indiretos até o fim do ano que vem”, afirma o prefeito de Camanducaia, Edmar Dias (MDB) que, além das vagas, comemora o aumento na arrecadação. Nem a prefeitura nem o Indi detalharam o valor do investimento. Mas o mercado estima um aporte de pelo menos R$ 30 milhões.

O gerente de ciências da vida, comércio e serviços do Indi, Renato Garcia, explica que a agência de promoção atuou no suporte para infraestrutura e também tem ajudado na intermediação junto ao Estado nas questões tributárias. “A Lear cogitou em abrir essa fábrica em Navegantes (SC), onde já tem uma unidade. O Indi tem um cadastro muito grande de imóveis em Camanducaia, eles conseguiram encontrar um galpão de 16 mil m². A atuação municipal também foi importante. Outro fator determinante foi a negociação de um diferimento nos impostos, que ainda está em negociação, mas pode possibilitar uma melhora no fluxo de caixa”, afirma Garcia.

O diretor-presidente do Indi explica que essa intermediação é muito importante para atrair investimentos para o Estado. Dos cinco protocolos assinados, a Cervejaria Petrópolis investirá R$ 700 milhões, em Uberaba, no Triângulo. Tem ainda a Kingspan Isoeste Construtivos Isotérmicos, que investirá R$ 35 milhões em Cambuí; além de empresa de embalagens e uma siderúrgica.

Para onde vão os investimentos

São cinco novos empreendimentos e quatro projetos de expansão:

- R$ 3 bilhões de investimentos e 1 .500 empregos diretos.

Alguns exemplos:

Cervejaria Petrópolis

- Em Uberaba.

- R$ 700 milhões de investimentos e previsão de 400 empregos diretos.

Kingspan Isoeste Construtivos Isotérmicos

- Em Cambuí.

- R$ 35 milhões de investimentos e 134 empregos.

Companhia Siderúrgica do Espírito Santo; Ball Embalagens e GV do Brasil Ind. e Comércio de Aço

- Não foram informados locais, investimentos e empregos gerados.

Governo prevê baixo crescimento

Brasília. A equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro já está trabalhando com uma previsão de crescimento de 1,5% neste ano, disse nesta terça-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes. “As hipóteses já foram superadas desfavoravelmente. Quando o cenário foi feito em abril, havia expectativa de que a reforma (da Previdência) tivesse rapidez e haveria mais rapidez na recuperação econômica, com 2,7% de crescimento”, disse o ministro. “Temos uma economia que pode se recuperar com certa rapidez se fizer reformas que estão encomendadas. (As estimativas) de crescimento já caiu para 1,5%”, completou.

O ministro disse que projeção oficial do governo para o PIB ainda é de 2,2%. Guedes disse que sempre olhou as estimativas de crescimento em torno de 2% “com ceticismo”. “O Brasil está prisioneiro da armadilha de baixo crescimento, não é de hoje. Nunca achei que a coisa seria fácil”, disse.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) antecipou nesta terça-feira, por meio da ata de seu último encontro, que os indicadores disponíveis sugerem “probabilidade relevante” de que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre do ano, na comparação com o trimestre anterior. “A economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego”, destacou o BC.

O BC lembrou que os indicadores do primeiro trimestre induziram “revisões substantivas” nas projeções de mercado para o crescimento do PIB em 2019. A expectativa de expansão da economia em 2019 recuou pela 11ª semana consecutiva e passou de 1,49% para 1,45%, conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado na última segunda-feira, com base em análise de um conjunto de instituições financeiras. Há quatro semanas, a estimativa de crescimento era de 1,95%.