Desafio Change The World

Mineira ganha prêmio com aplicativo de prevenção e tratamento da obesidade

Estudante de 14 anos busca agora patrocínio para disponibilizar tecnologia para o público

Por Rafaela Mansur
Publicado em 27 de julho de 2019 | 03:00
 
 
 
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A mineira Raissa Lauar Gonçalves Navarro da Silva, 14, de Belo Horizonte, foi uma das vencedoras do desafio Change The World, promovido pela rede de escolas de tecnologia CodeBuddy para pessoas de 7 a 17 anos em todo o país.

Ela criou um aplicativo voltado para a prevenção e o tratamento da obesidade infantil. Raissa teve a ideia dois anos atrás, quando estava no 7º ano do ensino fundamental, após uma aula de redação em que tinha de escrever sobre obesidade infantil no Brasil. “Eu percebi o quão grande esse problema é, e como falta informação para as pessoas”, conta.

O aplicativo tem funcionalidades diversas, como informações sobre obesidade, receitas divertidas para as crianças se alimentarem melhor, um chat para usuários trocarem experiências e um teste de Índice de Massa Corporal (IMC).

Além disso, a ideia é que, ao cadastrarem sua localização, as pessoas tenham acesso a profissionais especializados – como nutricionistas, endocrinologistas e psicólogos – mais próximos.

Raissa já tinha ganhado um prêmio pelo aplicativo em 2017, quando conquistou o segundo lugar no projeto Programadores do Futuro, na Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia. Desta vez, ela não imaginava vencer. “Eu gosto muito do projeto, mas não botei muita fé. Fiquei muito feliz por ganhar, minha família e meus professores, também”, diz a estudante, que curtiu o prêmio: passagem e passaporte, com direito a acompanhante, para a Game XP, maior evento de games da América Latina, no Rio de Janeiro, além de material didático por um ano.

Agora, Raissa busca patrocínio para tornar o aplicativo viável e disponibilizá-lo ao público. “As pessoas que conheceram o projeto viram como ele seria importante, existe uma demanda. Eu acredito muito no potencial do meu aplicativo”, afirma.

Tecnologia. A adolescente já desenvolveu outros dois projetos: um conjunto de sensores para monitoramento de áreas de preservação, que permite calcular até o risco de queimadas, e uma casa automatizada que pode ter as luzes acesas e apagadas por meio de aplicativo. Ela já foi até convidada a palestrar para alunos do ensino médio.

A estudante sempre quis ser médica-veterinária, mas a paixão pela programação indicou outro caminho: “Posso fazer, por exemplo, engenharia de software e trabalhar com programação, mas nesse ramo da saúde e do meio ambiente”, planeja.

A mãe de Raissa, a empresária Renata Lauar, 45, se encantou tanto pela proposta da CodeBuddy que abriu uma franquia da escola, no bairro Dona Clara, na Pampulha.

Orgulhosa, ela espera que o reconhecimento da filha atraia mais mulheres para a área de tecnologia, ainda dominada por homens: “Muitas meninas vão conhecer a escola e se encantam, mas a minoria entra. Só 10% dos alunos são meninas – não por causa delas, mas pela resistência da família, que acha que tecnologia não é coisa de mulher”.

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