Se antes da pandemia, o chá de bebê virtual era mais um coadjuvante, para ajudar as mães a receberem presentes de quem estava longe, com o isolamento social, a versão online virou protagonista. Acostumada a registrar 1.800 eventos por mês, a plataforma EuNeném viu a demanda praticamente sextuplicar na quarentena. “Estamos realizando 12 mil chás de bebês por mês no Brasil todo, com destaque na região Sudeste”, conta o fundador Ricardo Basques.
Criada há cinco anos, a startup belo-horizontina nasceu com o objetivo de organizar a lista, enviar convites, sugerir presentes. A dinâmica ainda é a mesma: a pessoa escolhe um presente simbólico e compra com cartão de crédito ou boleto.
O valor é transferido para os pais que, depois, podem usar o dinheiro para comprar o que quiserem. Os pais não precisam gastar nada na organização. A plataforma fica com uma taxa de 10% sobre o valor das fraldas ou presentes comprados.
A diferença agora, com a pandemia, alguns serviços que antes tinham taxa, passaram a ser gratuitos. “Antes, cobrávamos um pequeno valor para fazer a gestão dos convites digitais. Mas resolvemos liberar essa funcionalidade. Entendemos que esse momento do chá de bebê, com a festa presencial, é muito importante, pois é algo culturalmente forte. Os amigos e familiares gostam de participar da chegada de um bebê. O momento impede que as famílias recebam os amigos, mas, mesmo assim ainda é possível manter essa conexão”, explica Basques.
Num momento em que as pessoas não podem sair de casa, o modelo de chá de bebê virtual foi a solução ideal encontrada pelo casal Janaína Souza Rêgo e Leonardo Teixeira, para compartilhar a expectativa da chegada da primeira filha Isadora, prevista para julho. “Nós já tínhamos planejado a festa, aí veio a pandemia. Eu nem sabia que existia essa possibilidade de fazer o chá online, até que recebi o convite de uma amiga. Pesquisei várias plataformas e gostei da EuNeném porque ela permite a edição das sugestões, assim não fica um preço fechado”, conta.
O chá de bebê online teve um ótimo resultado. “Com o valor que conseguimos, compramos 84 pacotes de fraldas. Acredito que, se fosse presencial, nem teríamos chegado a tantas. Ficamos muito gratos com o carinho de todos que participaram”, conta Janaína.
Em expansão
Enquanto para muitos negócios, a pandemia tem significado retração ou até mesmo o encerramento das atividades, para a startup EuNeném, a hora é de expansão. Para dar conta de acompanhar o crescimento, que foi muito rápido, a plataforma investiu em tecnologia e dobrou o quadro de colaboradores. “Nós tínhamos seis funcionários, agora estamos com 12 e ainda estou contratando alguns profissionais”, destaca o empresário.
Os planos de expansão continuam. “Estamos estudando a melhor forma para ajudar na organização de reuniões virtuais, para que os amigos estejam presentes”, afirma Basques.
O crescimento acompanha as tendências desse período de isolamento. De acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), as transações das lojas online já subiram 180% durante a quarentena.