A economia inverteu os eixos da história e Portugal pediu ajuda à ex-colônia Angola para se salvar da crise. O premiê lusitano desembarcou em Luanda na última semana para cortejar empresários locais a investirem no país.

Angola só ficou independente de Portugal em 1975 e se afundou em uma guerra civil de quase três décadas. O crescimento econômico desde o começo dos anos 2000 se deve ao petróleo – é a segunda nação que mais lucra com o produto na África. Ainda não se sabe como poderia ser esse auxílio financeiro, já que capitalização dos bancos provavelmente será um mau negócio por conta da crise generalziada na União Europeia.

Empresas angolanas, a maioria ligadas ao Estado, têm investido fortemente em Portugal, adquirindo participações importantes nos setores bancário, petroquímico e de telecomunicações. Apesar da autonomia política conquistada há 36 anos, ambos os países mantêm relações próximas. Por volta de 7 mil empresas lusas operam em Angola, e 100 mil portugueses trabalham em setores estratégicos, como petróleo, bancos e construção civil. Analistas acreditam que as metas do governo angolano para diversificar suas relações comerciais pode reduzir o número de importações e prejudicar exportadores da antiga metrópole.