Aos 71 anos, o escritor Luís Giffoni faz questão de avisar: não se sente como idoso. “Caminho 6 km por dia, estou terminando dois livros, escrevo crônicas diárias, escalo montanhas, não sei o que é depressão”, conta.
Palestrante há 20 anos, Giffoni defende que a leitura é uma questão de saúde pública, por ser um grande exercício para o cérebro. Para ele, quem consegue conciliar uma rotina de exercícios físicos com atividades criativas e leitura pode ter um envelhecimento bastante saudável.
“Existem alguns truques para manter o cérebro funcionando bem, e uma delas é a fantasia. Quando o cérebro é capaz de criar e viver fantasias, fica mais exercitado. E a principal fonte para isso é a leitura. O cinema e outras fontes de arte também proporcionam isso, mas a leitura, especialmente de ficção, tem um poder muito grande de deixar o cérebro funcionando bem”, argumenta o escritor, lembrando que o hábito de ler livros também é fundamental para manter o senso crítico dos cidadãos, tornando-os mais preparados para as fake news que circulam pelas redes sociais.
Giffoni argumenta também que estabelecer desafios é outra estratégia para uma mente ativa e criativa. Como é escritor, cada início de texto ou de livro serve como um estímulo para isso. Mas cada pessoa pode encontrar o seu próprio caminho em busca da novidade e do crescimento pessoal.
“A primeira página de um livro é sempre um desafio para mim, oferece um momento assustador. Mas também gosto muito de escalar montanhas, de percorrer novos lugares, dormindo em barraca, tendo contato com a natureza. Cada um pode escolher o seu próprio desafio”, aconselha.