desabastecimento?

Paralisação de tanqueiros gera incertezas para os motoristas

Sindtanque-MG diz que paralisação acontece por tempo indeterminado, mas postos aguardam normalização das entregas. Dessa vez, ação não provocou filas de carros em busca de combustíveis

Por Cinthya Oliveira
Publicado em 08 de setembro de 2021 | 03:00
 
 
 
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A paralisação dos transportadores de combustíveis iniciada nesta terça-feira (7) gera um cenário de incertezas sobre o abastecimento dos postos da região metropolitana de Belo Horizonte. Embora alguns estabelecimentos já tenham ficado sem gasolina ou etanol durante o feriado, por enquanto, a situação não é de corrida aos postos e filas de carros, como aconteceu em outras greves da categoria.

O presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes, afirma que a paralisação da categoria acontece por tempo indeterminado, mas reconhece que o profissional que quiser fazer o transporte a partir de hoje é livre para isso. Minas Gerais tem aproximadamente 3.000 transportadores de combustível, e ainda não há informação sobre quantos deles vão ficar parados nos próximos dias. 

De acordo com André Oliveira, um dos gerentes de postos ouvidos pela reportagem de O TEMPO, a empresa foi informada de que a paralisação durou apenas um dia e que os caminhões-tanque podem entrar a partir de hoje na Refinaria Gabriel Passos, em Betim, para manter o abastecimento normalizado. Ele acredita que possa haver um movimento mais intenso de procura por combustíveis na manhã desta quarta-feira (8), mas sem filas anormais.

“Se a população estiver bem informada, vai saber que o abastecimento deve ser normalizado porque a paralisação foi de um dia”, avalia.“O movimento (no feriado) foi intermitente, em alguns momentos maior e em outros menor. Pela manhã, atendemos pessoas que estavam saindo para um passeio ou para a manifestação”, relata Oliveira. 

Nesta terça, alguns postos de Belo Horizonte e Contagem chegaram a ficar sem gasolina durante a tarde. Mas, no geral, o movimento foi tranquilo, e os consumidores não tiveram dificuldades para abastecer. Em postos da Via Expressa e da avenida Amazonas, não havia filas de carros. Alguns estavam vazios, como era esperado para o feriadão

Pela manhã, poucas pessoas abasteciam em postos de Igarapé, São Joaquim de Bicas e Betim. Funcionários garantiram que, mesmo com a paralisação, havia reserva suficiente para atender a demanda ontem. Um posto localizado no bairro Água Branca, em Contagem, no entanto, não tinha mais gasolina para os clientes de e oferecia etanol e diesel. 

Movimentada neste feriado foi a tabela de preços. Aumentos de até R$ 0,10 por litro foram verificados em 60% dos postos visitados na tarde de terça. Em um dos mais movimentados da Via Expressa, em BH, o litro da gasolina subiu de R$ 6,08 para R$ 6,19, e o do etanol, de R$ 4,56 para R$ 4,79. 

Apoio a Bolsonaro e pressão sobre ICMS

De acordo com Irani Gomes, presidente do Sindtanque-MG, a paralisação da categoria ocorre em apoio ao presidente da República, Jair Bolsonaro. Mas também retoma a antiga pauta que solicita ao governo estadual uma redução no percentual de ICMS recolhido do litro do diesel. 

“Hoje, temos um ICMS que incide sobre os preços dos combustíveis. O óleo diesel, por exemplo, é um dos mais caros do país. Da região Sudeste, Minas tem o ICMS mais caro”, avaliou. Procurado pela reportagem, o governo de Minas afirmou que está ciente da paralisação e atento às demandas de todas as categorias. Disse ainda que as alíquotas do ICMS dos combustíveis no Estado não passaram por alterações recentemente – a gasolina subiu de 29% para 31% em janeiro de 2018, o etanol de 14% para 16% em janeiro de 2018, enquanto o diesel, de 12% para 15% em janeiro de 2012.

“É importante deixar claro que os últimos reajustes nos valores dos combustíveis não se devem ao ICMS cobrado pelo Estado, mas sim à política de preços adotada pela Petrobras”, afirmou o governo de Minas.

(Com Alice Brito)

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