Mercado de trabalho

Pedidos de demissão aumentam 52% e batem recorde no Brasil

Só em maio desde ano, foram 572,3 mil desligamentos a pedido do funcionário, e acumulado dos últimos 12 meses é o maior registrado no país

Por Gabriel Rodrigues
Publicado em 30 de junho de 2022 | 10:02
 
 
 
normal

O número de pedidos de demissão aumentou 52% em maio deste ano, em relação ao mesmo período de 2021, e o acumulado de demissões a pedido do trabalhador no Brasil bateu um recorde no acumulado dos últimos 12 meses. Em um ano, foram quase 6,2 milhões de pedidos de demissão, 572,3 mil deles só no último mês.

A cada três desligamentos, um foi por desejo do funcionário, de acordo com um levantamento realizado pela LCA Consultores com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que considera os vínculos de carteira assinada. 

Em Minas Gerais, o padrão é similar e o número de pedidos de demissão aumentou 58,5% em maio de 2022, comparado ao mesmo mês de 2021. No acumulado dos últimos 12 meses, foram 628,7 mil pedidos de demissão, também um recorde, como no Brasil.

O movimento ocorre mesmo em meio à taxa de desemprego de 9,8% no país, no trimestre encerrado em maio. É o menor índice desde 2015, mas, por outro lado, o rendimento médio do trabalhador ainda é 7,2% menor do que o de um ano atrás e chega a R$ 2.613, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O economista Bruno Imaizumi, responsável pelo levantamento da LCA Consultores, afirma que um dos principais motores do avanço de pedidos de demissão é a busca por trabalhos mais qualificados neste momento da pandemia.

“[Antes], observamos muitas pessoas aceitando empregos de menor qualificação e remuneração para poder pagar as contas no curto prazo em um momento de muita incerteza e inflação incomodando o bolso. Agora, com o cenário sanitário afetando menos o mercado de trabalho, as pessoas se demitem para ser aceitas em outros lugares, supostamente mais condizentes com suas qualificações”, destaca. 

Outro fator, pontua ele, é que uma parcela privilegiada da força de trabalho que teve acesso ao home office, mas cujas empresas retornaram ao trabalho presencial neste momento, não se adaptou ao retorno e partiu em busca de outras formas de trabalhar.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!