O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais totalizou R$ 924,7 bilhões em 2022, 3,5% a mais do que em 2021 e acima do crescimento nacional, que foi de 2,9% no mesmo período. A estimativa anual inicial do Estado foi divulgada nesta quinta-feira (16) pela Fundação João Pinheiro. O PIB mineiro representou 9,3% do PIB nacional no ano.

A economia mineira começou bem no ano de 2022, mas perdeu força a partir do terceiro trimestre. O melhor período do ano em Minas Gerais foi o segundo trimestre - abril, maio e junho - em razão do desempenho favorável da agropecuária, da indústria extrativa mineral e de segmentos relacionados (como os serviços de transporte).

O PIB de Minas cresceu 0,5% no primeiro trimestre; 6,1% no segundo; e depois houve quedas de 2,9% e 2,0% no terceiro e no quarto trimestres, respectivamente. 

No Brasil, a atividade econômica também foi desacelerando ao longo de 2022, com expansão de 1,3% no primeiro trimestre; 0,9% no segundo; 0,3% no terceiro e retração de 0,2% no quarto trimestre. 

“A economia mineira e a brasileira andaram bastante juntas, reforçando uma imagem caricata de que Minas é, em certo sentido, um espelho do Brasil. Isso é verdade em termos eleitorais e econômicos também. Assim como no país, existe a Minas do Centro-Sul e a Minas do Nordeste. Então Minas condensa o comportamento da economia brasileira”, explicou o economista e técnico de planejamento do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Eustáquio Reis, que participou da apresentação dos dados de Minas Gerais.  

Agropecuária

No caso da atividade agropecuária, o setor teve um crescimento de 9,7% em Minas Gerais no ano, com destaque para as quatro principais culturas da pauta agrícola do Estado (café, soja, cana e milho), que apresentaram expansão na quantidade produzida em 2022 comparativamente a 2021. 

No Brasil, ao contrário, a atividade agropecuária recuou 1,7% em 2022 comparativamente a 2021, em razão da redução na produção da soja (principal cultura da agricultura nacional) ocorrida no primeiro semestre de 2022.

Energia e saneamento

O setor de energia e saneamento apresentou expansão de 4% em 2022 na comparação com 2021. O resultado positivo no acumulado do ano se deve ao aumento das chuvas e de geração de energia elétrica ao longo de 2022, com a recuperação no volume útil dos principais reservatórios do Estado após a crise hídrica de 2021. 

Comércio

A atividade comercial em Minas Gerais apresentou variação positiva de 1,1% no acumulado do ano. O setor ampliou o volume de vendas de combustíveis e lubrificantes; de livros, jornais, revistas e papelaria e de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos.

Construção civil

A construção civil fechou o ano em Minas Gerais com expansão de 5,4%, corroborada pelo aumento na ocupação da atividade econômica em 2022.

Mas o último trimestre foi fraco no setor devido à redução no volume de vendas de material de construção e a queda na fabricação de minerais não metálicos (insumos da cadeia da construção civil) na indústria de transformação. 

Indústria

Apesar de ter alcançado um bom momento durante o ano, a indústria extrativa mineral encerrou 2022 com queda de 1,6% em Minas Gerais em relação a 2021, prejudicada tanto pelo excesso de chuva no início do ano passado quanto pelo lockdown ocorrido na China, importante comprador de minério de ferro.

Serviços

O setor de serviços (que inclui uma série de serviços pessoais e voltados para o consumo das famílias além de serviços profissionais) foi destaque em 2022 com expansão de 10,4% no Estado e de 6,3% na economia brasileira na comparação com 2021. O resultado é explicado pela continuidade na retomada da demanda por serviços, sobretudo daqueles que dependem da movimentação e circulação das pessoas, após a pandemia da Covid-19.

Nesse sentido, destacam-se os setores ligados ao turismo, de hospedagem e alimentação fora do domicílio e de aluguel de carros (segmento que possui representatividade na economia mineira).