Na região metropolitana de Belo Horizonte, dez microrregiões podem ser comparadas com a Noruega, o país com melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo. A análise foi feita pelo Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas Brasileiras, e leva em conta educação, renda e longevidade da população. O estudo foi elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e a mineira Fundação João Pinheiro (FJP), com dados colhidos em 2000 e 2010.

No Brasil todo, só a região metropolitana de Porto Alegre tem mais “Noruegas” que Belo Horizonte. Na área da capital gaúcha, 14 regiões alcançaram ou superaram o maior Índice de Desenvolvimento Humano do mundo. Em Belo Horizonte, a região com melhor IDH é o conjunto Santo Agostinho/Lourdes, na região Centro-Sul, onde a renda média dos moradores é R$ 7.516 – mais que dez salários mínimos, hoje em R$ 724.

Para fins da pesquisa, a região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foi dividida em 623 unidades de desenvolvimento humano (UDHs). Em 2010, dez apresentaram o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) superior ao da Noruega, de 0,944 (veja no gráfico ao lado). Nesses oásis de qualidade de vida em Belo Horizonte e Nova Lima, o IDHM está em 0,951. O valor máximo é 1, e todas as que alcançam acima de 0,8 são consideradas com IDHM muito alto.

“O grande avanço dessa pesquisa é essa divisão que vai além dos municípios e permite percebermos as desigualdades internas”, explica o pesquisador da FJP Fernando Prates. Na região metropolitana de Belo Horizonte, o IDHM variou de 0,955 a 0,597 – índice registrado em certas regiões de Santa Luzia.

Renda

Disparidade. O IDHM também avalia a renda das microrregiões. Segundo a pesquisa, em 2010, a renda per capita na região metropolitana de Belo Horizonte variou de R$ 352 a R$ 7.516.